5 de junho de 2016

"I'm erasing you and I'm happy!"

Entender nunca foi o meu forte. Seguir em frente pior ainda. Eu queria enfiar minha cabeça em algum buraco no chão, pra me esconder e evitar de olhar ao meu redor onde eu sabia que ia te ver. Mas eu já entendi que não adianta fingir que tudo tá bem, porque, venhamos e convenhamos, em se tratando de minha vida, nada nunca vai estar bem. Essa montanha russa de coisas que eu sinto e queria parar de sentir e queria apagar tudo que eu lembro da gente porque não existiu. A gente não existiu. Mas eu não podia virar a cara ou chorar ou ir embora, então a solução era continuar de cabeça erguida bebendo aquelas cervejas horrorosas e sabendo que no outro dia eu ia acordar um trapo. E acordei. Tinha maquiagem no meu travesseiro, meu pijama tava pelo avesso e alguma coisa muito feia tava acontecendo no meu estômago. Eu não queria levantar da cama. Eu queria chorar direto. Queria te dizer um monte de coisa que eu nunca disse e que as pessoas me dizem e que eu deveria superar porque superar é tão fácil quando você não precisa. E aí todo mundo fica repetindo as mesmas coisas como se eu tivesse nessa porque eu quero, porque é bom. É ruim. Porque faz tanto tempo que é um praticamente uma coisa física, um terceiro braço. Não lembro o que veio antes da gente. Lembro o que veio depois e, ainda assim, parece tão tanto faz. Porque a gente se esbarra por aí e se olha e sorri e você parece tão cachorro sem dono e eu queria só te segurar e não te deixar ir mais. Aí eu percebo que preciso ficar em casa e roer as unhas e olhar pro teto e respirar fundo pra lembrar que eu ainda consigo ser eu sem você.