30 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - On the road.

Se eu comparar meu primeiro texto sobre L.A. e esse de hoje, posso dizer uma coisinha: até que eu ia gostar de ficar mais que dois meses aqui. Uma hora você se acostuma com a calçada da fama, os milhões de asiáticos em Hollywood, os espanhóis conversando e você sem entender nada... Tudo vira algo normal e rotineiro. O fim de semana foi incrível (eu uso muito essa palavra pra definir as coisas por aqui, né?). Então...

Sábado
Semana passada eu ia sair pra night, mas com o resfriado acabei ficando em casa (contei isso aqui?). Daí que Laura e Angie saíram com duas brasileiras casadas e, no sábado, uma delas, a Patty (de Vitória/ES) pegou a gente pra turistar - ela tem carro, então, imaginem o quanto a gente rodou a cidade. Patty é advogada e mora aqui há uns treze anos. Ela e a esposa estão juntas há algum tempinho. Patty foi ótima comigo - conversamos em inglês, claro, mas ela disse que antes de eu ir embora ia cozinhar bife acebolado e farofa pra mim! 

Fui almoçar com Angie no McDonalds em Holywood e, para falar a verdade, não estava com a mínima vontade de sair à tarde. Patty queria ir pra algum museu e depois Venice, alugar uma bike por lá e pedalar um pouco. O que realmente aconteceu: começamos com o Griffith Observatory. O Griffith fica nas alturas, literamente. Você consegue ver toda a cidade de lá e é uma vista L-I-N-D-A! Estacionamos um pouquinho longe porque era difícil conseguir vaga no estacionamento, já que era um sábado a tarde e estava lotado. Andamos uns oito minutos até chegar lá, mas foi bom. Gente indo e voltando, um friozinho de tremer os dentes...
























 


O bom de Los Angeles é que sempre vai ter algo gratuito pra você fazer, ou seja, não precisa torrar a grana aonde estiver. No Griffith não pagamos nada para entrar. Lá existe um planetário, com pedaços de meteoritos, exposições, experimentos, etc. É maravilhoso! É parada obrigatória pra quem vem pra L.A. Passamos uns quarenta minutos por lá - o tempo passa voando. Desistimos de Venice e fomos para: Long Beach. Uns quarenta e cinco minutos de carro de Hollywood. Em Long Beach se encontra o segundo maior porto de contêiners dos Estados Unidos. É pelas bandas de lá que você encontra o Acquarium e o Queen Mary - este último vi de longe, nem tirei foto. Você precisa pagar pra entrar e não acho que seja necessário. É igual ao Titanic. 



Fomos ao Korean Bell of Friendship que, cara, cara, cara!!!!!!!!! É demais! O oceano ali do lado e todas aquelas famílias fazendo piquenique, soltando pipa, casais dando uns beijinhos. É lindo! Mas vá preparado: o frio é de congelar até o cérebro. Fica localizado em San Pedro, do lado de L.A. - uma das coisas daqui é que, na verdade, L.A. é minúscula. Ela só é rodeada de pequenas cidades que, na cabeça das pessoas, formam uma cidade só (Los Angeles). 

Domingo
Shopping!!! Yay! 
Às 8h da manhã eu já tava esperando o metrô para ir pra Union Station em Downtown. O metrô tinha mais turistas que pessoas daqui, mas foi tudo tranquilo. Claro que me perdi na Union Station e Angie teve que me procurar. Às 9h já estávamos sentadinhas esperando o shuttle (free). 9:30 e embarcamos. Demorou cerca de 1h pra chegar no Citadel Outlets - é fora da cidade e o trânsito tava mais ou menos. 

Às lojas só abrem às 10h, portanto, às 10:15 não tinha quase ninguém. Tomamos café da manhã por lá - leia-se: comi uma suposta omelete no subway que tava mais pra borracha que comida. Saudades, Subway Brasil. E ai demos início às compras. Ponto importante: a gente pensa que outlet é feira - tudo barato, quase de graça. Não é. Ok, no Brasil tudo é extremamente mais caro, por isso quando vemos algo R$ 100 mais barato enlouquecemos. Mas não é assim. As coisas continuam caras. Baratinho mesmo só Kipling (e, como tinha muito turista, as bolsas estavam misturadas e restavam poucos modelos), Calvin Klein e Tommy Hilfiger. Mas o resto? Compra no Brasil ou numa loja em Hollywood que dá quase no mesmo.

Outra coisa: um dia não foi suficiente para ver todas as lojas. Sério! Ficamos lá até às 16h e só conseguimos olhar umas cinco ou seis. Não consigo entender como brasileiro vem pra América fazer a feira e muambar quando volta. É porque brasileiro é besta - besta quem compra de quem compra aqui, na verdade. 

Voltamos pra Union Station e pegamos o Lyft de novo. Gente, vocês precisam vir pra cá só pra usar o Lyft. É divertido demais! Dessa vez foi o Eddie. Ele é um compositor que gosta de hip hop e ama bossa nova. Ele ganha algum dinheiro escrevendo músicas e trabalhando no Lyft. A gente conversou e riu o caminho todo (vinte minutos). A parte boa é que a conversa rola solta e você vai aprendendo mais e mais. Tô viciada nesse negócio. Queria ter dinheiro pra usar todo dia.

Cheguei em casa às 18:30 e ainda tive que estudar um pouquinho pro teste de segunda que foi facinho. A tarde foi tranquila - Angie nos apresentou a nova host sister dela, Dominica, da Eslováquia. E ai fomos nós três e André andar por Hollywood. E ai acabou o dia. Tô cá empacotada congelando. E, como Rachel diz: "se prepare pra tudo. Você nunca sabe o que esperar do tempo em Los Angeles!"

27 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - Clueless, bonecos de cera e go Dodgers!

Essa semana foi mais tranquila. Angie (Taiwan) chegou - ela está com a mesma host family que Laura estava e ficou na minha classe. Fizemos amizade com dois alemães - parece que os alemães são os mais amigáveis por aqui. Laura foi embora ontem e eu fico me perguntando o que fazer sem ela aqui, já que ela era minha guia. Mas, como disse Angie, eu e ela podemos nos perder juntas. 

Beverly Hills e Rodeo Drive

                                                                         



















Como eu já disse, é muito melhor fazer as coisas por sua conta própria e não esperar pela escola. Eles são bem desorganizados. Eu, Laura e Andreas (não sei se é assim que se escreve o nome dele, mas ele é alemão e está aqui por duas semanas) pegamos o ônibus para Beverly Hills e acho que demoramos uns vinte minutos pra chegar lá. Descemos logo ao lado do Beverly Hills sign (o maior, porque também tem um bem famoso mas é só uma plaquinha). Beverly Hills é realmente como nos filmes - as ruas são limpas e calmas, as casas são fofas e gigantes e, ao que eu vi, as pessoas não se preocupam em não ter cerca elétrica ou um portão na entrada. Eu amei. Andamos um pouquinho pela rua e depois fomos para Rodeo Drive.


























Cara... chega a ser cômico. As lojas são vazias, preenchidas apenas pelos vendedores. Talvez por ser uma terça-feira (ou segunda? Não lembro mais) os famosos não façam compras. Mas as ruas: turistas até umas horas. Sério, em todo buraco. Rodeo Drive é pra quem tem dinheiro e gosta de esbanjar. Pra conhecer é legal, mas não é um lugar que você precise ir mais de uma vez. Mas você precisa ir. 

Madame Tussauds Hollywood


Não, sinceramente não vale a pena. O preço original é $30. Dai se você passear um pouquinho ali perto da estação de metrô Hollywood/Highland vai achar um stand onde o pessoal tá distribuindo panfleto com 50% de desconto pro museu. Preste atenção: tem o panfleto de desconto de $5 e outro de 50%. Mesmo assim, não acho que valeu a pena. A parte assim que "compensou" foi que eles nos levaram a uma sala de cinema para assistir a um pequeno filme de The Avengers (versão desenho). E ai foi super legal porque, além de ser 3D, tinha aquele negócio de jogar água, cadeiras tremendo, etc. 

Eu, Laura, Andreas, Angie e André.
Mas pelos bonecos? São poucos. Quase nenhum é realmente parecido com a pessoa da vida real - gente, o Brad Pitt não tem nada a ver com ele. Nadinha! O Robert Pattinson até que um pouquinho, mas logo no início da carreira. E a Beyoncé que tava mais pra Jennifer Lopez?! (Não digam que eu só reclamo. Tô sendo legal ao dizer a verdade a vocês e vocês não precisam gastar dinheiro com isso). 


























Let's go, Dodgers!
Você tá nos Estados Unidos e ok, vamos a um jogo de baseball. Com a escola, compramos ingressos por $15. Até ai tudo bem. Bom, pegamos o metrô até LA Union Station e de lá pegamos um shuttle gratuito para ir ao Dodger Stadium. De novo, ok. Saímos da escola às 17:30 e o jogo estava marcado para 19:10. Chegamos ao estádio 19h. A responsável da escola que nos levou lá disse: "Bom, aqui estamos. Cada pessoa senta onde quer porque, na verdade, não tem lugar marcado pra ninguém. Qualquer coisa, me liguem." E pá, desapareceu. Certo, somos adultos. Mas somos turistas. Sentamos num lugar alto e relativamente bom para ver o jogo. Souvenirs? Só se você realmente for fã - $31 dólares num boné não é pra mim.




O frio tava de matar. Fui da saia e levei um casaquinho, mas mesmo que nada. O jogo em si não tem NADA de emocionante. O legal é a plateia gritando, batendo palmas, comemorando. E gente famosa, claro. Josh Henderson (da versão atual do seriado Dallas - que eu amo, amo, amo e ninguém mais assiste) estava lá. Eu tava olhando o celular (eles têm wifi!!!) e Laura me mandou olhar para o cara bonitinho no telão. Quando vi, gritei, é claro. E também tinha um tal de George Lopez que eu nunca ouvi falar, mas é bem famosão por aqui.

Josh Henderson - essa foto não é de ontem, mas é só pra vocês saberem quem é ele. <3

A volta foi o que me atormentou um pouco. Um jogo de baseball aqui demora mais ou menos três horas. Saímos 21:30 pra não pegar o trânsito infernal. Voltamos para a Union Station de shuttle também. Chegando lá, tentamos o Lyft. Bom, o Lyft é um app. Funciona como um táxi, mas beeeeem mais barato. O que eu pagaria uns $25 + gorjeta, saiu por $8 + $4 de gorjeta (você não é obrigado a dar gorjeta no Lyft). Você se cadastra no app, coloca o número do seu cartão de crédito (nada de dinheiro vivo) e solicita o carro quando precisar. Ele mostra a foto do motorista e do carro. Na Union Station, o nosso chegou em 3 minutos. Fui com Laura e Angie até a casa delas porque fiquei com medo de esperar ou de voltar completamente sozinha. Tive um susto quando vi o motorista - um cara super novo! Ele falou que faz isso pra ganhar um dinheiro extra. É super fácil: se você mora em LA e tem um carro, pode fazer parte do Lyft. 

Quando chegamos na casa de Laura, solicitei o meu. Foi um coreano super gente boa. Eles ficam puxando assunto, contando da vida deles, etc. É ótimo e vale a pena, gente! Sem falar que é seguro e você pode solicitar a qualquer momento - inclusive durante a madrugada. E o melhor: você aprende também. Porque você tem que conversar em inglês e é mais um aprendizado. Cheguei em casa em poucos minutos e, até que enfim, descansei.

Uma musiquinha pra entrar no clima da Califórnia:


24 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - the city of dreams.

Eu comecei a escrever um diário de viagem para guardar as lembranças - boas (sim, elas existem) e ruins. Talvez com tudo que escrevi até agora eu tenha passado uma imagem não muito bonita do intercâmbio em si, de Los Angeles e dos Estados Unidos. Não, eu não amo a América. Sim, eu achei que amaria. Nos filmes e, de acordo com todo mundo que viaja pra cá, a vida aqui é perfeita. Eu não posso escrever só sobre a calçada da fama, os turistas ricos e os famosos daqui. 

Ontem eu fui para Beverly Hills e tive que pegar dois ônibus para voltar pra Hollywood. As ruas estavam vazias às 19h - o trânsito tava mais ou menos e a parada de ônibus só contava com minha presença. Quando eu tava chegando, o ônibus ia passando e eu pedi pra motorista parar e ela não parou. Normal. No Brasil a gente tem isso também. Os ônibus só passam na hora exata em que devem passar, por isso o meu só foi passar às 19:46. Eu deveria descer na Hollywood/Vine, mas teve algum acidente (você só consegue ver/ouvir os bombeiros, nunca consegue ver o que realmente tá acontecendo) e tive que descer na Sunset. Tudo bem, andar uns 20 minutos não mata ninguém. O problema é que, como já disse, você nunca sabe quem vai encontrar nas ruas - você não sabe se as pessoas são loucas ou apenas simpáticas. E é comum alguém te dar oi e perguntar algo, por isso você só responde com um "hi" e passa direto.

Beverly Hills é Beverly Hills. A fama faz jus à história. Fui ao Beverly Center e lojas como Hugo Boss, Michael Kors, e outras, completamente vazias. Dizem que os famosos compram lá - com certeza não numa segunda-feira. Você pode ir pra qualquer lugar sem precisar gastar tanto (mas vá sem dinheiro, a tentação é demais). Forever 21 e H&M tem todos os tipos de roupas e sapatos e presentinhos e de todos os preços, então acho que são lugares "ok".

Mas, vamos lá: os primeiros dias foram difíceis por causa do clima, mas agora estamos no outono (eu acho), então, geralmente temos sol, mas um ventinho frio pra acompanhar. A parte ruim é que eu peguei um resfriado e essa união de calor e frio tá acabando comigo, mas, se sobrevivi ao calor daqui, posso sobreviver a isso. Quem mora aqui odeia Hollywood - muitos turistas e mimimi. Eu, particularmente, gosto. É bom ouvir umas vozes brasileiras, mesmo que de longe. É bom ouvir alemão, italiano, francês, japonês, espanhol, etc. Por mim, eu iria todo dia caminhar na Hollywood Blvd - e entrar nas lojas e não ser obrigada a comprar nada. Olhar não paga e faz bem. 

Quando eu escolhi vir para uma host family, minha intenção era viver a realidade americana - ainda mais morando em Hollywood eu supostamente iria conhecer isso a fundo. Não vou mentir: achei que ia ter panquecas e ovos mexidos no café da manhã, mas só tenho torradas com presunto e queijo. Quase lá. Almoçar em restaurantes só se você tiver dinheiro sobrando - você não vai ter a comida "de panela" e vai ser como comer fast food, só que mais caro. Então, McDonalds ou In-N-Out pra encher o bucho. Sem falar que em fast food você não tem que dar aquela gorjetinha básica, que faz falta pra quem é estudante. Nem se preocupe com o peso, você vai engordar de todo jeito. Ah, Starbucks? Só fama. Cappuccino é café com leite. Milkshake é leite com nescau. Mas são baratos, então, uma vez ou outra pode compensar.

Não acho que eu vá me acostumar com o fato de andar por ai e, a cada dois metros, ver um mendigo com a cabeça pendendo pro lado enquanto ele tenta tirar um cochilo em alguma sombra. É difícil e triste, você nunca sabe como agir. Mas não é só de feiura que essa cidade vive: os letreiros são demais. Andar pela Hollywood Blvd e não olhar pra eles é impossível. O brilho, as cores, as formas. É tudo tão maravilhoso que eu passaria horas só observando. 

Eu ainda não amo a Califórnia. Não como os brasileiros amam Nova York, ou Orlando (Disney? Pfvo!) ou Miami. É fácil amar um lugar quando você vai para um hotel 5 estrelas, anda de táxi pra cima e pra baixo, só vai pra Times Square e gastar dinheiro em shopping com um tradutor do lado. Difícil é pegar ônibus, economizar dinheiro, tentar aprender o idioma do lugar e viver como eles vivem. Mas eu gosto da vibe daqui - tudo aparenta ser muito falso e repetitivo, mas é Hollywood. É a cidade dos sonhos. Talvez você não esbarre em nenhum famoso, mas é o fato de pisar na calçada que aquele ídolo tal pisou. É o fato de saber que as coisas aconteceram e acontecem por aqui.

É incrível. Eu não imagino outro lugar para vivenciar tudo isso. Um intercâmbio é algo que você vai guardar pra vida inteira, porque, para algumas pessoas, só acontece uma vez. A vontade é de aprender mais e mais toda hora. Me pego falando inglês com meus pais e esquecendo até como se diz algo em português - isso não é ser metida ou algo do tipo, é a convivência. E é bom. Porque quando eu voltar pro Brasil, é português que eu vou falar. 

Sei que eu quero (e vou) voltar pra casa. Mas até o dia chegar, eu tô bem aqui onde tô. Não é como um lar oficial, mas it feels like home. 

22 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - dias 6, 7 e 8. (19, 20 e 21/09/2014)

Cada diz que passa fica mais difícil achar tempo pra escrever. Talvez quando Laura for embora, eu passe mais tempo em casa e menos tempo turistando. Mas por enquanto tá bom assim. Rachel tá mais sociável. Sobre o episódio da água: eu conversei com ela e perguntei se aqui as pessoas realmente tomavam água da torneira e ela disse que sim. Então combinamos de que, por enquanto, eu tomaria da torneira (a água é limpa o suficiente pra que a gente não morra quando beber) e, quando ela fosse ao supermercado, eu a ajudaria a carregar as coisas (pois, segundo ela, não dá pra comprar água porque é pesado demais pra ela carregar. Ok, né...)

Santa Monica Beach / Pier (sexta-feira)



Não consigo pensar em algo que descreva a beleza de Santa Monica. As ruas são limpas e organizadas. Claro, como em qualquer lugar por aqui, tem mendigos. Mas é tudo tão bonito!!! O pier... Não dá. Simplesmente não tem como. Se eu tivesse que viver em um lugar da Califórnia, seria lá. Aqui é muito comum ter artistas de rua a cada dois metros. E alguns são realmente bons. No metrô, por exemplo, tinha um cara tocando violão e cantando Beatles. Um hipster, digamos. E ele era muito bom. Pena que os policiais o impediram de continuar tocando. Acho que a vida fica melhor quando você anda pelas ruas e escuta músicas boas, cantadas por pessoas que não são doidas e estão apenas tentando ganhar o pão de cada dia. 

Fomo eu, Laura e Timon (um alemão que vai passar 6 meses aqui). Almoçamos fast food, claro, e andamos um bocado. Chegamos lá por volta das 14:20, porque o ônibus de Hollywood pra lá demora uma hora e meia. O transporte daqui pode não ser dos melhores porque os ônibus não vão para todos os lugares, é caro ($1,75) e demoram demais para passar. Durante a "viagem", um cara bem louco sentou do meu lado e ficou tentando puxar conversa. Eu fingi que não falava inglês e ignorei. É assim: ou você ignora ou se arrepende depois.

A melhor parte: chegar lá e ouvir "Tic Tic Tac (Bate Forte o Tambor)". No Brasil, talvez os filmes cheguem tarde e sejamos atrasados em algumas coisas. Mas os americanos precisam se atualizar um pouquinho na música brasileira, certo? Se bem que é melhor Carrapicho do que Anitta.

Na Third Street Promenade, lojas e mais lojas. A loja da Apple parecia um inferno de tão lotada, todo mundo querendo ver os novos iphones. Comprei um vans por $49 (caro? Não consegui achar mais barato por aqui). O que eu mais gosto de entrar nas lojas é que você realmente não é obrigado a comprar nada. Você entra, eles te olham de forma simpática, você olha, não compra nada, vai embora e eles ainda dizem obrigado. Eu amo isso. 

Nesse dia cheguei em casa às 20h. Foi a primeira vez que andei por Hollywood durante a noite. É um pouco assustador, mas ao mesmo tempo tranquilo. As ruas estão sempre lotadas - menos a que eu moro, e foi por isso que eu fiquei meio nervosa. Não é tão bonito quanto durante o dia, que você pode ver tudo. 

Warner Bros. Studio VIP Tour (sábado)


Essa é outra coisa que eu não consigo dizer o quão incrível é. Uma nota de 0 a 10, seria 20. Vale a pena. Se você vier um dia pra Los Angeles, não deixe de fazer esse tour. Como compramos três ingressos, ganhamos um pequeno desconto (de $54 ficou por $52 para cada - esse tour dura duas horas e quinze minutos). Nosso tour estava marcado para às 11:45, mas como íamos de ônibus, chegamos bem cedo - 9:50. Eu não sei explicar se a Warner é uma rua inteira ou um bairro inteiro. Mas é gigante. Até a hora do check-in, ficamos olhando a lojinha - absurdamente cara, mas maravilhosa. Tiramos fotos com tudo, principalmente com as varinhas de Harry Potter. 

Depois que você faz o check-in e recebe o ticket, 10 minutos antes eles te encaminham para uma sala que é como um mini cinema. Lá eles passam um curta sobre a história da Warner Brothers e etc. Daí você vai para o carrinho e a magia tem início. Nossa guia perguntou quais eram nossos seriados e filmes favoritos - acho que éramos, ao todo, umas 12 pessoas. Não sei se o fato de ser um sábado explica a ausência de gente nos sets, mas ok. Não existe exatamente um cenário fixo para determinado seriado. Uma casa pode ser usada em várias séries e episódios. O que vimos, na maioria, foram os sets de Hart of Dixie e Pretty Little Liars - a coisa é mais mágica quando você assiste ou assistiu algum deles (no meu caso, foi PLL - abandonei só agora na 5ª temporada). 

Nos sets de filmagem, no caso, PLL e The Ellen DeGeneres Show, não tivemos permissão para fotos. É simplesmente louco: você vê aquilo tudo na TV e, de repente, tá ali, do seu lado. Quando entrei no quarto da Spencer, quis chorar. Quis abraçar cada móvel e cada parede pra ter certeza que era real. 

 

Nos museus de Harry Potter e Batman foi que pirei. As roupas... Jesus Cristo, como é que eu escrevo sobre isso aqui? Só consigo pensar: "Oh, my God!!!!!" Os carros e motos usados pelo Batman em todos os filmes, as máscaras, etc. Sem falar que, quando cheguei ao Central Perk (Friends), meus olhos encheram de lágrimas. É tudo tão menor do que o que a gente vê na TV, sério, não caberia todo mundo ali. Você só podia sentar no sofá e a guia tiraria uma foto - a que ela tirou ficou péssima e eu pedi pra Laura tirar outra. 


Para falar a verdade, antes de irmos, eu e Laura ficávamos pensando: "ok, quando chegarmos lá, todos os sonhos serão destruídos." Que nada! Ver tudo aquilo faz a gente sonhar mais. Saber que cada pessoa famosa que a gente gosta já esteve ali, e sentou ali, e tomou um café ali, e conversou ali... Cara, é demais pra um coração só.

Consegui tickets para a gravação de 2 Broke Girls, no dia 7 de outubro. A Warner é bem perto daqui e ônibus para na porta, mas, o problema: você não pode levar nada - bolsa, celular, câmera, nadinha. E ai que começa 17h e deve terminar umas 21h, então, como voltar pra casa? Esse é meu dilema no momento, até porque os ônibus param de circular cedo e como ligar para um táxi?

O tour acabou às 14h e voltamos para a lojinha, sempre lotada. Brasileiros everywhere, inclusive. Foi o melhor dinheiro que gastei nessa semana. Cada centavo valeu a pena e, se eu tivesse o suficiente, faria de novo e de novo e de novo. Almoçamos no famoso In-N-Out - dizem que é o melhor fast food que existe e só tem aqui na Califórnia. Deve ser por isso que quando chegamos lá a fila tava do lado de fora e tivemos que plantar guarda pra conseguir uma mesa. A comida não demora a ficar pronta e, sim, é realmente delicioso! E barato! "Barato", né? Hambúrguer, batata frita e um copo gigante que você pode abastecer de refrigerante até ir embora por $7. 

Venice Beach (domingo)


9h eu estava na parada de ônibus. Você nunca sabe quando alguém é louco ou só está sendo amigável. Conheci um rapper/produtor musical que eu resolvi não ignorar porque fiquei com medo. Na verdade, ele foi bem simpático. Perguntou de onde eu era, conversamos sobre a Copa do Mundo (sempre!) e ele me contou do trabalho dele. Eu disse que tava indo pra Venice e ele me disse que tava indo comprar maconha e até me mostrou a licença para o uso medicinal. Ok, então...

Encontrei Laura na parada e descemos em outra para pegar outro ônibus direto para Venice. No total, levamos apenas uns 40 minutos para chegar à praia. Como descrever Venice Beach: cocô. Tava nublado no início do dia, o que não ajudou muito, mas o fato de o sol aparecer ao meio-dia também não teve muita influência. Turistas e mendigos por TODOS os lados. Pior que a Hollywood Boulevard. O letreiro com o nome da cidade é até bonitinho, dependendo do ângulo. Tem muitos artistas também e é como uma feirinha, eles vendem de tudo. O chamado Dr. Green para que você consiga autorização para o uso medicinal da maconha está em toda esquina - $30 ou $40. 

O cheiro de maconha e cigarro predomina no ar. Para um lugar que tem o oceano como ponto principal, é meio estranho não sentir o cheirinho de brisa do mar. Foi o lugar que menos gostei e, com certeza, não quero ir de novo. Existe um posto policial, mas você não vê policias. Nem surfistas bonitos. Tem muitos skatistas e pessoas andando de bicicleta pra cima e pra baixo. O sol, acompanhado do vento frio, é até bonzinho pra ficar sentado em algum lugar observando o mar - isso é se você achar um lugar tranquilo para sentar, porque todos estão ocupados pelos mendigos. É triste. No Brasil, nós sabemos da pobreza que existe. Mas aqui? É como se eles só mostrassem a beleza de tudo e, quando você chega, é aquele choque. Porque, sinceramente, é óbvio que existe pobreza em todo lugar, mas aqui é de forma até exagerada. Miss you, Brazil.

Tivemos que ir para Santa Monica para almoçar. Fomos a um restaurante italiano muito lindo (sério, de verdade. O banheiro parecia um museu de coisas antigas e raras). A garçonete explicou que, se pedíssemos uma porção pequena, seria suficiente para duas pessoas. Acontece que não entendemos direito e Laura acabou pedindo espaguete e eu uma pizza. A porção de espaguete dela dava para alimentar toda a população de Los Angeles (tá, nem tanto assim, mas com certeza alimentaria um sem teto por um dia inteiro - inclusive ela pediu que eles embalassem o que ela não comeu e deu para um cara que estava procurando comida nas lixeiras). Caro, caríssimo. Minha pizza com um copo de pepsi (gigante) + gorjeta saiu por $22 (que minha mãe não leia isso). Gorjeta não é algo obrigatório, é só educação. Eles até colocam quanto você deve dar, mas você pode dar menos. 

Voltamos para Hollywood para ir em alguma loja de souvenirs e, milagrosamente, uma estava em promoção: qualquer objeto por $5. Deu até pra comprar umas coisinhas. Quando saímos de lá, já era por volta de 17:30. No El Capitan, acontecia a premiere de Once Upon a Time. As calçadas estavam interditadas e era impossível enxergar algo, mas eu enxerguei. Foi a segunda premiere essa semana em Hollywood (a outra, na segunda, foi do filme This is Where I Leave You, mas só vimos o red carpet, o evento mesmo era só a noite). Outra coisa incrível. Vi a Jennifer Morrison e a Lana Parrilla e eu não sabia se ria ou se ficava mais chocada. As coisas realmente acontecem aqui. O Eion Bailey (Pinóquio no seriado) passou na minha frente e deu tchau. É surreal, de verdade. 

Everybody comes to Hollywood, yes. 

19 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - dias 4 e 5. (17 e 18/09/2014)

Ok, você nunca sabe o que vai encontrar nessa cidade - desde um colsplay do Capitão América que tira foto com você de graça até um velho louco que sai correndo atrás de você pra vender algo. Não sei se isso acontece no país inteiro, mas aqui, em Los Angeles, você não pode confiar nas pessoas. Elas são simpáticas e amigáveis, vão te dar bom dia na rua, mas, com certeza, se você precisar, elas vão fingir que nunca te viram.

Fiz a loucura de comprar um chip daqui. Fiquei com medo de precisar e, estupidamente, paguei $60 num pacote que inclui ligações e sms ilimitadas para celulares dos Estados Unidos e internet de 1gb. Por um mês. Sessenta dólares. Eu podia ter comprado tanta coisa... O almoço foi no Denny's, um dinner super arrumadinho igual ao que a gente vê nos filmes. Pedi um sanduíche que mais parecia coisa de café da manhã e um copo de limonada que eu beberia em três dias. $13 dólares com taxa e gorjeta. Essa cidade é impossível. 

Hollywood Tour




Eu e Laura fomos de cima abaixo na Hollywood Blvd atrás de um tour onde o ônibus tivesse teto e não fosse tão caro. Encontramos loucos de todos os tipos - um, inclusive, disse que se eu queria sombra, me colocaria no porta-malas. Pois é. Até que conseguimos super tranquilo por $20. Éramos nós, mais quatro pessoas e o guia/motorista. Fomos conhecer casas de alguns famoso (que eu fiquei me perguntando se realmente eram deles ou se os guias não inventam isso pra ganhar dinheiro. Vai saber, né?). Katy Perry, Bruno Mars, Justin Timberlake, Charlie Sheen, Leonardo di Caprio (minha casa preferida), Miley Cyrus, etc. Beverly Hills é incrível. O calor tava anormal em Hollywood, mas só foi chegarmos lá que o clima mudou. As árvores, as ruas. Tudo calmo e fresco. Rodeo Drive é linda, mas comprar lá não vale a pena nem de longe - Chanel, Tom Ford, Cartier, etc.

Cheguei em casa tarde e nem vi minha host mother. A melhor parte foi quando acordei de madrugada e percebi que o calor infernal tinha ido embora, dando espaço pra um ventinho maravilhoso. Pude até dormir mais.

Psychiatry Museum e Hollywood Museum



O dia foi bem melhor. O vento frio ajudou o tempo a passar mais rápido. Eu e Laura visitamos dois museus - o Psychiatry Museum (entrada free), onde eles contam a história dos bizarros tratamentos psiquiátricos e mostram vídeos e fotos e peças e eca, gosto nem de lembrar. Me senti muito mal vendo aquilo tudo. O Hollywood Museum ($12 estudantes) foi mais animado. Vimos roupas dos filmes e cenários, como o de Hannibal. Depois fomos ao Starbucks e a H&M. Achei que ia chegar mais cedo em casa pra poder conversar com meus pais pelo skype, mas só deu tempo de dizer boa noite pelo whatsapp.

Rachel veio falar comigo às 21h. Supostamente interessada no meu jantar, mas já percebi que o tipo dela é: chega, pergunta se tá tudo bem, precisa de algo, como foi o dia, e no final vai reclamar de alguma coisa. Dito e feito. Não sei se choro ou se rio. Ela veio falar que eu precisava comprar água, porque não tinha condições de ficar comprando, é muito pesado pra ela. Ok, pausa. 1. Ela tem um carro. 2. Ela não cozinha pra mim, ela compra comida - o que nem é isso tudo, porque só tem pão, queijo e peito de peru, leite e chocolate, maçãs e uvas. E só comprou porque eu pedi. A mulher tá recusando a me dar água. 

Sinceramente? Quem abre a boca pra dizer que Estados Unidos é melhor que Brasil é só pra empinar o nariz. Eles são mais organizados nas leis - no trânsito, é uma loucura. Os carros param no meio da rua, não tem sinalização. É tudo muito surreal. O american way of life devia se chamar american crazy way of life. A experiência de ficar em uma host family é legal, mas só se você tiver muita sorte. É como ganhar na loteria. Talvez mudar de casa seja o melhor a se fazer agora. 

17 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - dia 3. (16/09/2014)

Sim, um intercâmbio é uma experiência maravilhosa. Mas é muito fácil pra muita gente falar: "ai, mas tu tá nos EUA, é muito melhor que o Brasil." Talvez. Talvez eles sejam mais organizados no trânsito, talvez eles sejam mais educados nas ruas. Mas os americanos não te dão sorrisos gratuitos de forma verdadeira. Eles não te abraçam se acabaram de te conhecer. A quantidade de sem tetos nas calçadas? É bizarra e assustadora. Você fica sem saber como reagir perto deles. Qualquer coisinha é preconceito. Ontem, no metrô, um cara esbarrou no cachorrinho de um senhor e o senhor começou a gritar, perguntando se ele não gostava de cachorros. Tudo aqui é nesse nível. 

Se você paga $7 no McDonalds não sai muito mais barato que no Brasil. E eles ainda nem tem o sabor cheddar, o que já fez o McDonalds americano cair no meu conceito. Aproveito que acordo cedo pra escrever, já que o calor não me permite dormir. Ontem disseram que ia ser o último dia quente, mas acho que não. É difícil ter uma boa noite de sono quando o seu cabelo tá ensopado de suor e suas pernas grudam uma na outra. E minha host mother ainda colocou um edredon na cama - inclusive ela passa o dia de jeans e tênis (?). 

Silver Lake e Downtown


O Silver Lake é um bairro de hipsters. Sinceramente? Não tem nada demais. Acho que talvez o passeio tenha sido um pouco desorganizado (fomos com a escola; na verdade, um cara que trabalha na escola nos levou. Tem uma cafeteria, lojinhas, e homens cabeludos e barbudos andando pelas calçadas. Não parei pra tomar café. Quem diabos é louco o suficiente pra tomar café às 16h em Los Angeles? Se ficar mais quente que isso, pega fogo. 


Downtown é incrível. Nunca fui a New York, mas me disseram que é bem parecido. Você tem a sensação de que realmente está em uma cidade grande. Tem muitos sem tetos e muitas pessoas andando com cachorros enormes nas ruas. As pinturas gigantes nas paredes são lindas e alguns prédios são bem antigos. Não é um lugar tão lotado de turistas, o que já deixa o clima bem melhor. Fomos de ônibus e voltamos de metrô - ah, tudo tem ar condicionado. Dá vontade de morar dentro, já que na minha casa aqui não tenho.

The Last Bookstore


 

 


Não consigo achar uma palavra para definir esse lugar lindo. Talvez os americanos diriam algo como: "Omg, it's really fucking amazing." Sei lá. Por fora parece minúscula, mas dentro cabe o mundo inteiro, de verdade. Acho que só tem o térreo e o primeiro andar, mas você se sente como se estivesse dentro do Beco Diagonal do Harry Potter (pelo menos foi assim que eu me senti). As estantes são de madeira e acho que devem ter um milhão de livros ali. Em uma determinada seção lá, todos os livros custam $1. O problema é que é muito difícil achar um que você conheça. Além da livraria, tem a galeria de arte, que é em um "labirinto". Pra falar a verdade, até agora, foi o lugar que mais gostei de ir. Pena que fica longe e talvez eu não vá de novo. Mas é claro que eu não sai de lá com as mãos vazias - comprei It's a kind of a funny story por $ 10,89 (os 0,89 foram de taxa). Aqui, tudo que você compra, eles acrescentam 9% em cima do preço final. Se você quer ir a outlets ou achar coisas baratinhas que nem em NY ou Miami, não venha para Los Angeles.

Ir a pé pra escola foi meio esquisito. As ruas já estão bastante movimentadas às 8h, mas isso inclui gente doida. Uma mulher me parou perguntando se eu tinha tempo para falar com ela e eu disse que estava atrasada. Na sala de aula, três brasileiros em minha turma (uma do Rio, um de São Paulo e outro de Vitória/ES). A gente conversa em inglês que é pra não atrapalhar. Em português, só com meus pais pelo celular. 

É meio enlouquecedor imaginar que vou passar dois meses aqui. Talvez o clima não melhore, talvez Rachel continue sendo louca, eu não sei. Pelo menos ontem ela comprou comida pra mim (só tinha pão e cream cheese; agora tem pão, cream cheese, suco de laranja, uvas, cheddar, peito de peru, mussarela, leite, chocolate...). Viver com uma host family é complicado. Conheci mais duas pessoas que não estão gostando das suas famílias também, então, vai saber se tudo é propaganda enganosa e eles não fazem só pelo dinheiro ou se apenas não demos sorte. 

16 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - dia 2. (15/09/2014)

É loucura viver aqui. Cheguei nas escola às 8:15 porque Rachel me levou de carro pela Sunset Boulevard. O trânsito é calmo de manhã e o movimento é mais forte em outros horários e alguns outros locais, como na Hollywood Boulevard durante a tarde. A parte complicada é dormir. Além do calor, o fuso horário atrapalha. Hoje (16/09) acordei às 6h e não consegui mais pregar o olho. E ai vim escrever.

Kings Colleges Los Angeles
As pessoas que trabalham na escola são maravilhosas. Todo mundo é muito paciente e simpático e acolhedor. Os estudantes que entraram junto comigo são mais reservados, até porque uma boa parte já fez amizade com pessoas de sua nacionalidade, o que dificulta pra aprender o inglês. Conheci a Laura, alemã que vai passar apenas duas semanas por aqui (o que me deixou triste, porque fazer amizade aqui não é fácil mesmo). Os veteranos também não dão muita bola pra quem acabou de entrar, até porque eles já tem seus grupinhos e etc. Não encontrei nenhum brasileiro ainda.

Fizemos um teste de 80 questões que, supostamente, deveriam ser as mais difíceis do mundo, mas nem achei essa coisa toda. Fiquei num nível bom, o 6B - Upper-Intermediate, eu acho. O Kings tem dois prédios - um na Cassil Place (que é onde vou estudar - e o que eu mais gostei) e outro na Sunset, que é num edifício gigante e cheio de salas. Eles conversaram bastante com a gente, mostraram a vizinhança, deram almoço e umas 15h a gente foi liberado.

A escola tem programação para todos os dias. Hoje tem Silver Lake e domingo tem caminhada pro Hollywood Sign. No fim de semana tem a viagem para Las Vegas, $ 225 por um quarto pra quatro pessoas onde você ainda tem que dividir a cama (mas é um hotel 4 estrelas). Anyway, thank you, but no, thank you. Minhas viagens ficarão pra outubro.

Hollywood Boulevard
É incrível. No começo da rua tem pouquíssimo movimento, mas todo canto tem algo que chama atenção. Quando vai chegando perto do Dolby Theatre (que é onde acontece a cerimônia do Oscar), ai as coisas esquentam. Milhares de turistas nas ruas e calçadas, tentando achar um espacinho vago pra tirar fotos. Geralmente, alguns guardas ficam nas ruas pra controlar o trânsito e a passagem dos pedestres. Ontem ia ter a premiére de um filme, mas o segurança fingiu que não sabia o horário pra não dizer pra gente.

Consegui ouvir uns brasileiros conversando, mas nem me aproximei pra não sentir mais saudade de casa. O que tem muito são esses cantores de ruas, que tentam a sorte vendendo cds. Alguns são loucos - teve um que parou a gente e deu um cd a Laura, dai ela falou que não tinha dinheiro e ele disse que tudo bem. Depois perguntou se ela tinha pelo menos um dólar e ela disse que nada, que não era daqui. E ai ele tirou 50 dólares do bolso e disse que tinha dinheiro (wtf??) e ai ela ficou tentando devolver o cd e ele: "você não gosta de pessoas negras, é isso? É só porque sou negro?" E pegou o cd de volta. Saímos andando e, quando vi, ele tava correndo atrás da gente, me pedindo o cd de volta - sendo que ele não me deu cd nenhum. Ai eu expliquei e ele nos deixou em paz. Todos esses vendedores ambulantes são extremamente insistentes, eles tentam te convencer de qualquer modo. É muito doido.

Ficamos turistando um pouquinho, sempre com a garrafa de água na mão porque é muito quente. Uma tarde e meu rosto já tá queimado (e esqueci de trazer protetor solar). Visitamos lojinhas e paramos na Forever 21 pra comprar umas coisas. Apesar de tudo parecer muito barato, é caro também. A loja da Disney é uma facada, sem falar nas banquinhas de rua que vendem souvenirs. Uma caneca custa cerca de 10 dólares. 

Como a Hollywood Blvd é consideravelmente perto da minha casa, voltei a pé, mesmo com minhas pernas tremendo de tanto andar. Ainda aproveitei pra andar até o fim do meu quarteirão e tentar uma foto do Hollywood Sign. Preciso de tênis! Cheguei em casa às 18h - é muito claro essa hora, por isso é tranquilo andar a pé. Fui correndo ligar para os meus pais porque já era um pouco tarde no Brasil e eu só tinha falado com eles pela manhã. Rachel jantou comigo às 20h e ela é meio difícil de conversar, eu sempre tenho que ficar perguntando coisas e mais coisas. Ela gosta de ficar no quarto dela, o que é meio chato. A comida aqui é bem sem graça - pão, geléia, pra beber não tem nada (ela disse que ia comprar). Quem disse que eu ia voltar gorda, vai me ver anoréxica daqui a 52 dias.