25 de junho de 2017

"Trying to find these perfect places."

Meus textos sempre começam falando sobre acordar, talvez porque seja a parte mais difícil do meu dia. Acordar. E depois lidar. Lidar com a rotina que eu me apeguei e organizei a dedo, mas que no fundo só me deixa com vontade de sair correndo louca na rua. Lidar com o fato de que eu gosto de dias calmos, sonolentos, sem resquícios de agitação ou coisas fora do lugar. Lidar com a ideia de que, talvez, quase com certeza, essa versão de mim é a que todo mundo menos gosta e insiste em mudar porque, segundo minha psicóloga, segundo essa gente que me conhece, eu não vivo. Porque viver é sair pelo mundo, sorrindo pra desconhecido, conversando sobre política como se eu tivesse o mínimo de compreensão ou sobre o fato de que Deus existe mas não tá nem aí. Eu abro meus olhos sem querer e dormir fica cada vez mais difícil depois que você se acostuma a ter apenas seis horas de sono por noite. Viver é essa falsa mania que a gente tem de agradar quem te rodeia quando, na verdade, tá tudo bem ser você se é assim que você se sente bem e completa. Não precisa se dar o trabalho de se justificar para o mundo. A calmaria que fica é a melhor forma de você dizer que, com ou sem muito vento, as coisas podem continuar no lugar. E isso não significa necessariamente algo ruim.