13 de abril de 2016

"When I die I'll be on time."

A gente chora por tanta coisa. Reclama. Seja pela dor nas pernas ou porque a vida é só uma bosta mesmo. Aí a gente bebe e consegue dançar pole dance ao som de Legião Urbana com vontade de botar toda a alma pra fora porque aquela caipirinha tinha álcool demais. Eu acho que, na verdade, era álcool puro. E misturar aquelas cervejas talvez tenha sido meu maior erro desde que eu pensei que queria ser jornalista. E volta pra casa em um salto de 13cm sem nem sentir os passos que dá, sem saber como abre a porta, sem saber tirar a roupa ou o delineador que já tava todo destruído. E no outro dia acorda com o peso do mundo na cabeça, tentando lembrar do próprio nome porque é um detalhe importante a ser lembrado. Ou não. Às vezes eu só queria esquecer meu nome também. E esquecer da minha idade, do meu endereço, de tudo que ainda está por vir. A gente quer tanto esquecer tudo e acordar olhando pro sol e querendo gostar daquele sol, porque sol devia ser uma coisa boa - tirando o calor e todo o suor que vem junto. E ai os dias vão passando sem significar nada, porque é isso que a vida significa quando você só consegue dormir e ler livros com frases de efeito que você só queria aplicar em sua vida. Olha pro relógio e já é 3 da manhã e ainda não veio o sono. Nem veio fome, nem vontade de chorar. Qualquer mentira é melhor do que a vida que a gente leva. E ai você escreve mais um texto sem sentido que ninguém vai ler porque ninguém se interessa por textos sem sentido. Ninguém se interessa por uma vida que cansa.

7 de abril de 2016

"Some time the dreamers finally wake up."

Alguém me disse que um dia ia melhorar. Que devia ser só mais uma de minhas crises existenciais ou frescuras. Eu não sabia o que era. Eu nunca sabia o que devia estar errado comigo porque sempre tinha alguma coisa. "Eu não gosto desse curso." "Eu não gosto dessa cor." "Eu não gosto desse lugar." "Eu não gosto desse cara." Talvez eu nem gostasse dessa vida. Porque nada justificava o fato de eu não conseguir gostar do que quer que fosse. E sempre ficar procurando feito cachorro que escondeu o osso em algum lugar por aí. Qual era a porra do meu problema? É nesse tipo de coisa que a gente corre atrás de psicólogo, psiquiatra, terapeuta, sei lá o que? Eles iriam saber solucionar toda essa loucura que se passa dentro do meu cérebro de não saber pra onde ir. A gente escreve tanto pra tentar colocar alguma coisa pra fora, mas parece que aumenta o número de conflitos internos e dúvidas e aquela vontade de se encolher todinha pra chorar. Eu tinha que estar fazendo alguma coisa, porque eu passei cinco anos em uma faculdade e, como sempre, descobri que não era o que eu queria. Como alguém passa a vida querendo algo, consegue e depois não quer mais? A gente se perde tanto porque falta luz, falta guia, falta qualquer estrela no céu pra gente apontar o dedo e dizer que é pra lá que a gente quer ir. A gente grita com Deus e com o universo por sempre dar um jeitinho de colocar o pé no meio pra gente tropeçar. Mas eu juro que só queria achar alguma coisa que me desse gosto de ir. Pra frente. Pra algum lugar.