7 de abril de 2016

"Some time the dreamers finally wake up."

Alguém me disse que um dia ia melhorar. Que devia ser só mais uma de minhas crises existenciais ou frescuras. Eu não sabia o que era. Eu nunca sabia o que devia estar errado comigo porque sempre tinha alguma coisa. "Eu não gosto desse curso." "Eu não gosto dessa cor." "Eu não gosto desse lugar." "Eu não gosto desse cara." Talvez eu nem gostasse dessa vida. Porque nada justificava o fato de eu não conseguir gostar do que quer que fosse. E sempre ficar procurando feito cachorro que escondeu o osso em algum lugar por aí. Qual era a porra do meu problema? É nesse tipo de coisa que a gente corre atrás de psicólogo, psiquiatra, terapeuta, sei lá o que? Eles iriam saber solucionar toda essa loucura que se passa dentro do meu cérebro de não saber pra onde ir. A gente escreve tanto pra tentar colocar alguma coisa pra fora, mas parece que aumenta o número de conflitos internos e dúvidas e aquela vontade de se encolher todinha pra chorar. Eu tinha que estar fazendo alguma coisa, porque eu passei cinco anos em uma faculdade e, como sempre, descobri que não era o que eu queria. Como alguém passa a vida querendo algo, consegue e depois não quer mais? A gente se perde tanto porque falta luz, falta guia, falta qualquer estrela no céu pra gente apontar o dedo e dizer que é pra lá que a gente quer ir. A gente grita com Deus e com o universo por sempre dar um jeitinho de colocar o pé no meio pra gente tropeçar. Mas eu juro que só queria achar alguma coisa que me desse gosto de ir. Pra frente. Pra algum lugar.

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