21 de abril de 2013

De quando eu pensava em te escrever alguma coisa bonita.

Uma noite de ressaca e parece que fui atropelada por um caminhão. Um quarto bagunçado pra arrumar, minhas roupas jogadas no chão e eu tremendo de frio. Faz frio sim. Todo dia é dia frio porque sempre falta alguma coisa na vida da gente. Queria conseguir te escrever uma carta qualquer, mesmo que com palavras soltas, mas que mostrasse a saudade que eu sinto das coisas de antigamente. Perdi as fotos, os bilhetes e a voz que estava guardada na cabeça sumiu, porque eu guardei por tempo demais, e eu tô assim, esquecendo que dia é hoje ou quando te vi pela última vez. Mas é isso que acontece mesmo: as pessoas se perdem nessas ruas que a gente acha que conhece, nas cidades distantes. A gente nem se olha mais. E, se olha, não enxerga mais nada além de um buraco vazio sem nenhuma lembrança boa para guardar.


"The trunk is filled with records
And books and tears and clothes..."

1 de abril de 2013

"wherever we go we make a sound..."

A vida tem disso de ser mais triste que feliz. A gente chora com a morte de conhecidos e até de desconhecidos que vimos na tv, e tenta viver os dias sem tropeçar em nenhuma brecha de calçada. Agora que minha folga acabou, tô percebendo que os meses passarem rápido demais enquanto eu me afogava no tédio e em milhões de pensamentos inúteis, cansativos, que não me fizeram crescer em nada. Pensei em como seria bom ter um pouquinho mais de amor no coração, por você, pelas pessoas que passam na rua e nem sequer notam que eu existo. Acontece que eu ainda não consegui descobrir o motivo de continuar apertando nessa mesma tecla, porque, querendo ou não, eu acabo regredindo em todos os sentidos. Eu gosto de você e de cada pedaço seu, mas é tão fácil deixar de gostar quando a gente tenta gostar mais e mais. E meu mundo tá meio que errado, torto, talvez girando para o lado oposto. Fica no teu canto que eu me escondo por aqui, deixando a gente para uma outra vida.