29 de janeiro de 2013

"But you fit me better than my favourite sweater..."

Dizem que a vida não tá fácil, que tem gente se perdendo demais por ai, e eu sei disso e você sabe. Achei uma música legal e queria te mandar, mas eu lembro que você não escutaria, porque não é como era antes, e hoje em dia ninguém manda mais essas letras bonitas como indiretas, ou manda? Eu mando, mas você não entende, nem sabe que é pra você, mas é, viu? Como tudo que eu escrevo e que canto na hora do banho, ou aquele filme legal que passou na tv esses dias, mas nem adianta eu te falar, porque você vai dizer que vai assistir, e amanhã nem vai lembrar dessa conversa. Dai que dia desses eu te escrevi aqui mesmo, dizendo que não sentia nada, e hoje tô sentindo, e é por isso que não tá fácil, porque eu não sei mais me decidir e eu só queria acordar um diazinho tendo certeza do que quer que fosse, mas que fosse certo, só que nada é certo, porque todo dia tem um negócio diferente dentro do peito e um dia o coração pula forte, quando ouço nossas canções, e no outro dia ele prefere dormir e deixar tudo pro amanhã. E eu só fico adiando, enquanto não digo nada, porque se fosse fácil teria qualquer outra nome, menos isso que a gente chama de vida. 

27 de janeiro de 2013

sem título [3]

não sei o que colocar aqui porque tem tanta palavra saindo dos dedos que vai sair tudo confuso, mas eu só queria pedir desculpa. desculpa por não sentir nada. porque eu senti tanto e acabou, sumiu, evaporou. mas ai eu lembro que você não sente nada também, e eu continuo me desculpando, pra mim mesma, por ter deixado ir embora tudo aquilo que eu achava bonito mas que só era bonito na nossa cabeça. 

20 de janeiro de 2013

"Two lovers locked out of love."

Já tive coragem de falar mais, dessas coisas que a gente sente de coração, mas acontece que andei quebrando minhas pernas por ai, não eu, quero dizer, mas essa gente tanta. E ai que agora eu só consigo ficar olhando estranho, assustada, sem saber botar pra fora tudo aquilo que antes saia feito ar. É medo, menino! Porque eu não fico mais à vontade de sentar do teu lado e me sentir confortável, sei lá, sempre acabo balançando demais o pé, batendo com os dedos na mesa e olhando para aquelas pessoas que passam. Têm uns casais ali do lado e eu me sinto tímida, mas quando dou por mim tô encarando todos com uns olhos de "poxa, a gente bem que podia ser assim". Só que eu fico calada, sorrindo pra você sem saber o que você tá falando, mas continuo a sorrir, porque parece que é só isso que eu sei fazer, como se fosse um robô. Devo ter virado robô, depois de tantas pernas quebradas, mas o coração ainda bate, olha só, bota a orelha aqui e escuta. Ouviu? "É tudo besteira", você vai dizer, e a minha coragem de te falar as coisas bonitas vai embora, porque você acaba me deixando com preguiça, e a noite parece não passar, e eu só queria ir para casa.

19 de janeiro de 2013

sem título [2]

Eu poderia escrever só sobre sábados à noite, em que eu escuto música triste, como bolo de chocolate e assisto algum filme em que alguém vai morrer no final. Minha vida não é essa depressão toda, sabe? Com certeza eu dramatizo a maior parte, mas eu sei que tem gente na pior, como aquela moça que tava vendendo chaveirinho na lanchonete ontem. Mas nesse momento eu tô chorando ouvindo Flightless Bird, American Mouth porque eu gosto mesmo de derramar umas lágrimas num sábado parado e cheio de tédio. O que eu queria dizer é que enrolo demais escrevendo porque, na verdade, eu não sei o que escrever. Ou eu sei, mas não sei como, porque o que eu quero dizer nunca sai do jeito certo e eu fico confusa e acabo confundindo quem lê. E eu tô repetindo tudo, não é? Me desculpa. Nesse momento eu tô só procurando alguém pra conversar porque eu tô sem ninguém, sabe? A gente é rodeado de todo mundo, mas todo mundo parece não querer escutar. E eu nem consigo falar mesmo, porque eu só consigo digitar rápido e deixar sair tudo confuso e louco porque eu acho que sou louca e até tô esquecendo as vírgulas. Acho que tô nervosa, deve ser por isso que essas lágrimas tão caindo, mas eu tô limpando pra disfarçar, porque se meu irmão ver vai me chamar de estranha mais uma vez ou de anormal, e eu sei que não sou nem um nem outro. A música tá tocando pela sétima vez e eu continuo procurando alguém legal pra conversar, mas acho que ninguém quer me ler. Ou me ouvir. Ou me olhar por uns minutinhos enquanto eu choro porque eu tô precisando falar, mas eu não quero falar, eu só queria um abracinho qualquer, um afago na cabeça e um sorrisinho engraçado me mandando deixar de ser louca. Mas eu acho que só vou ficar lendo textos tristes, ouvindo músicas tristes e sem ninguém pra conversar. 

15 de janeiro de 2013

sem título [1]

A chuva era forte e eu mal podia ouvir o barulho porque estava trancada no quarto. Só conseguia olhar pro teto e imaginar o céu azul escuro desabando, sem nuvens, sem estrelas. Eu queria ficar ali pro resto da minha vida porque eu sabia que, lá fora, as pessoas não são tão fáceis quanto pingos de água. Eu sei que a gente não tá sabendo agir diante um do outro, e parece como era antes, mas nem é. É tanta pergunta pra fazer e me falta coragem até de abrir a boca. Queria mesmo era te ver responder tudo num só sorriso, sem que eu precise me esforçar pra explicar toda a loucura que passa na minha cabeça, sem que eu precise te mostrar o quanto eu pareço psicopata, mas no fundo eu sou boa pessoa, sou até calma. Vem cá, senta aqui no chão gelado comigo, cobre esse pés com o lençol quentinho e escuta a chuva cair. Parece música, não é?

7 de janeiro de 2013

"Well, you only need the light when it’s burning low."

Me mandam trocar o disco, mas é difícil, sabe? É como aquela calça de um pijama antigo meu, que ganhei quando tinha 11 anos, e eu tinha até um dia desses, dai soube pelo meu irmão que minha mãe a picou em pedacinhos, só pra me livrar dela. Eu fiquei triste, muito triste. Poxa, mãe, era minha calça preferida! Acontece que eu acho que ela só guardou em algum canto muito escondido, mas talvez isso seja meu coração querendo ter esperanças. É como a vida, não é? A gente sabe que tá fazendo errado, e que vai dar errado de novo, mas pra que andar pra frente se eu posso continuar voltando pra mesma direção? Gosto de cutucar a ferida com alicate de unha, pra sentir aquela dorzinha gostosa, que a gente quer que passe, mas não quer que vá embora. "Mas troca o disco!" Como trocar a porra do disco se todos os outros discos estão arranhados? Pra falar a verdade, nem existem mais discos! Me chamem de masoquista ou qualquer coisa, porque eu parei de me importar, porque eu perdi o rumo das coisas há muito tempo atrás, porque eu tenho 19 anos e acho que a vida tá perdida, e minha mãe ainda diz que não sou mais adolescente. Only hate the road when you’re missin’ home, only know your love him when you’ve let him go... (me perdoem, mas eu mudei a letra da música um pouquinho porque fazia mais sentido)