25 de abril de 2017

"It's the good things that hurt when you're missing them."

A gente se vicia nas pessoas. No modo como elas falam. Como elas sorriem quando te olham por mais de dois minutos. Se vicia no cheiro delas. No jeito de cruzar as pernas ou de pegar na sua mão. No abraço apertado, ou nem tão apertado assim. A gente se vicia nas piadas que só elas vão entender. Ou nas palavras que são tão perfeitas para cada momento que a gente se pergunta "mas como você sabe dessas coisas?". A gente se vicia em carinho, em companhia, em quem ri mais alto. Se vicia naquela comida que vai lembrá-las, ou no barulho que elas fazem quando estão por perto. Eu me viciei em um monte de coisa. Me viciei em lembrar do que também não valia a pena. Mas tem mais coisa que vale. Histórias e sonhos e dias que a gente conta pra se ver. A gente se vicia num mundo que nem existe, mas que é bonito porque tem alguém ali. 

"Why do we write fiction?" Professor Piper asked.
Cath looked down at her notebook.
"To disappear." 

― Rainbow Rowell, Fangirl


23 de abril de 2017

"You are just a kid with a sentimental heart."

Acordei. De novo. E ainda era domingo. Um lindo domingo ensolarado e com vizinhos e seus filhos gritando quando eu só queria bater minha cabeça em uma parede repetidas vezes. Estamos cada vez pior: o mundo e eu. Doía no peito e no corpo cada vez que eu tinha que viver. Os sorrisos e a falta de vontade. O fato das coisas nunca serem do meu jeito e eu não aceitar isso porque é difícil aceitar que o universo não liga para o que você quer. Álcool, beijos e dois dias vomitando. Pijama, séries e livros. Mas aí bate a dor e a o desespero de não ir mais para a frente. Porque eu sou completamente louca e não tenho conserto. E eu só queria que todo mundo corresse de mim. Porque eu não sou boa. Eu não sou suficiente. Todo dia eu desisto e continuo tentando.

17 de abril de 2017

"Light me up when I'm down."

Quando eu acho que parou, tudo volta. Gostar de você é como meu plano que deu mais errado. Porque é uma luta sem fim. Eu tento parar. Eu repito todos os dias pra mim mesma que é só uma ideia que não sai da minha cabeça. Que eu não preciso te consertar. Que eu não preciso consertar a gente e tudo que deu errado. Que eu não sou louca por isso. E aí eu tento gostar de outras pessoas, e quando eu acho que consegui, elas me fazem desistir. Elas não me permitem sentir o tanto que eu sinto e eu me vejo caindo mais ainda para o fundo do poço. Odeio sentir demais. Odeio querer demais. E eu preciso desistir. Eu preciso parar de tentar porque não adianta. O mundo não merece que eu seja forte. E é aí que eu volto pra você, pra aquilo que eu sei que vai estar sempre ali. Fica pior quando eu durmo. Porque eu sei que vou sonhar um sonho bonito. E quando eu acordar, vai estar tudo errado de novo.

12 de abril de 2017

"I don't think I can be anything other than me."

Eu não sabia por onde começar a botar pra fora. Não sabia se gritava, se vomitava, se arranhava meu corpo todo pra deixar me desintoxicar de você. Porque toda vida que eu pensava em algo triste, eu pensava em você. Se eu pensasse em fazer merda. Se eu pensasse em beber até esquecer quem eu era. Se eu pensasse em desistir. Se eu pensasse em chorar. A gente junto deixou de significar algo bom pra me servir de gancho em qualquer desespero. Porque era em você que eu me segurava quando tudo dava errado e eu achava que te ter ali era a única coisa constante. Eu odiava pensar que, sem você, eu pararia de escrever. Pararia de ter raiva do mundo. Pararia de ser quem eu sempre fui desde que me entendo por gente. E aí o que eu seria? Algo novo? Eu teria que me reinventar todinha e eu não saberia fazer isso. Do que eu poderia gostar além das músicas que você me mostrou? Dos filmes alternativos? Das bandas que ninguém mais ouve? Eu teria que sair de casa sozinha. Aguentar. Sobreviver. E que pânico me dava ter que fazer tudo isso sem você. Ter que ser feliz. Ter que gostar de outras pessoas e me decepcionar com elas e gostar de outras e continuar em um loop infinito onde você nem de longe existiria. Cada texto aqui escrito foi uma despedida que eu nunca tive coragem de fazer. E eu não sei se ainda tô pronta, porque quando penso que me desliguei e evoluí, as rasteiras que eu levo me fazem desistir de desistir. Porque você é a pior coisa que pode ter existido pra mim. Mas vai ser sempre a minha dor mais bonita.