12 de abril de 2017

"I don't think I can be anything other than me."

Eu não sabia por onde começar a botar pra fora. Não sabia se gritava, se vomitava, se arranhava meu corpo todo pra deixar me desintoxicar de você. Porque toda vida que eu pensava em algo triste, eu pensava em você. Se eu pensasse em fazer merda. Se eu pensasse em beber até esquecer quem eu era. Se eu pensasse em desistir. Se eu pensasse em chorar. A gente junto deixou de significar algo bom pra me servir de gancho em qualquer desespero. Porque era em você que eu me segurava quando tudo dava errado e eu achava que te ter ali era a única coisa constante. Eu odiava pensar que, sem você, eu pararia de escrever. Pararia de ter raiva do mundo. Pararia de ser quem eu sempre fui desde que me entendo por gente. E aí o que eu seria? Algo novo? Eu teria que me reinventar todinha e eu não saberia fazer isso. Do que eu poderia gostar além das músicas que você me mostrou? Dos filmes alternativos? Das bandas que ninguém mais ouve? Eu teria que sair de casa sozinha. Aguentar. Sobreviver. E que pânico me dava ter que fazer tudo isso sem você. Ter que ser feliz. Ter que gostar de outras pessoas e me decepcionar com elas e gostar de outras e continuar em um loop infinito onde você nem de longe existiria. Cada texto aqui escrito foi uma despedida que eu nunca tive coragem de fazer. E eu não sei se ainda tô pronta, porque quando penso que me desliguei e evoluí, as rasteiras que eu levo me fazem desistir de desistir. Porque você é a pior coisa que pode ter existido pra mim. Mas vai ser sempre a minha dor mais bonita.

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