19 de dezembro de 2011

Cartas perdidas.

Depois de quase um ano, hoje eu pude me sentar e escrever uma carta. A gente perde o hábito, sabe? É essa tecnologia toda... Não, não, eu não abro mão dela. Postei há pouco no twitter que minha vida sem tumblr, twitter, facebook seria uma vida, mas não uma vida. E antes de escrever a carta, eu reli algumas antigas. Uns desenhos, uns bilhetinhos... Coisas tão bobas e tão bonitas que você fica ali, sem perceber o tempo passar, sem perceber que seu celular tá avisando que chegou uma mensagem. Cartas dos velhos amigos, aqueles que você achava que iam durar para sempre, e duraram o que, meses? Eu acho que por mais que eu escreva aqui, nada consegue me fazer ser mais eu quando tô escrevendo num papel, com uma caneta na mão e, por mais que a letra saia quase ilegível, eu tô sendo eu. Se eu não tenho coragem de falar algo, eu escrevo, e só consigo bem se for numa carta. E elas se perdem. E as palavras se perdem. E você esquece. Guarda em um lugar qualquer, coisas tão especiais. Carta para ex-namorado. Carta para ex-amor. Carta para ex-amiga. Carta de revolta para os pais. Carta... de gente que nem lembra que você existe. Tudo se perde nessa vida. Mas ai a gente um dia acha, e lembra, e chora, e ri, e fica feliz como se aquela coisa que você tá lendo tivesse acontecendo naquele momento.

26 de novembro de 2011

Um dia.


"Você é linda, sua velha rabugenta, e se eu pudesse
te dar só um presente
para o resto da sua vida seria este.
Confiança.
Seria o presente da Confiança.
Ou isso ou uma vela perfumada."

25 de novembro de 2011

Hibernar.

Na verdade, eu tô precisando MESMO dar um tempo de todo esse cansaço, sabe? Quero enfiar minha cara em algum canto onde não exista barulho... definindo melhor, onde não existam pessoas. Aham, eu tô realmente querendo fugir das pessoas, falar palavrão, gritar e ninguém ouvir. Tô precisando chorar tudo. A gente espera tanto um tempo chegar... e quando ele chega, o que muda? Puta de nada! Não muda absolutamente nada! E a gente continua esperando que o caminhar da vida se modifique, mas onde vou parar esperando tanto assim? Eu queria um canto só meu, um abraço só meu, um cheiro só meu. Não quero mais essa gritaria como background, não quero. Eu quero é paz, amigo. Ô, tem alguém ai me ouvindo? Dá para explodir toda essa porra de mundo, sei lá, quebra tudo, cara! Mas me deixa... me deixa viver um tempinho a mais, só para ver no quer que eu resulto, entende? É, quero saber se eu tenho futuro. Ou se eu posso jogar tudo para o alto e hibernar por uns longos e bons tempos.

3 de novembro de 2011

Mas eu tô precisando de um tempo da vida, das pessoas comuns, do calor excessivo. Tô precisando, sabe? Precisando de algo que acalme, alivie, descanse minha cabeça por uns dias. É, não precisa ser meses ou anos ou a vida toda, só uns dias. Só para eu lembrar de que não se pode desistir. "Não reclama de barriga cheia, menina!" E a gente tem que agradecer por tudo, é isso? E se eu só pensar que tem gente pior que eu, e eu? Eu fico como? Eu quero um canto só para mim, um aconchego, um colo, e deixar o pensamento viajar... E se imaginar longe, na paz.

27 de outubro de 2011

Acaso.

Carolina havia conseguido me convencer de ir para a festa. Não que eu não gostasse de festas, mas era que ultimamente tudo me cansava, sabe? Enfim, fui para a festa. Não me arrumei, o que fez Carolina falar durante meia hora sobre como eu estava largada e blábláblá. Fui com um vestido estampadinho, mas discreto, colado no corpo. Meus cabelos deixei soltos, gostava deles livres. O lugar era iluminado por aquelas luzes de boate, coloridas, e tinha muita fumaça. Pessoas fumavam. Pessoas bebiam. Pessoas se agarravam no escuro. E eu só pensava o quão ultrapassado era aquilo. Mas eu bebi. Um gole de vodka aqui, outro ali. E vi. O cara tava parado, encostado perto do bar, com um copo na mão. Ele não dançava, só meio que acompanhava a música balançando a cabeça. "Não vou lá, não posso ir lá, não vou lá..." Deixei Carolina bebendo no bar (aliás, nunca entendi porque ela gostava desse tipo de festa, ela simplesmente não se aproximava das pessoas), e fui andando para perto do cara. Ele era alto, não era forte (outra coisa que eu nunca entendi: porquê garotas curtem caras fortes), o cabelo meio desgrenhado, castanho escuro... Ele me viu. Sorriu um sorriso tão bonito que minhas pernas tremeram. (...) Acordei. Acordei sorrindo, claro. A cama era grande, a colcha tava jogada no chão, juntamente com as roupas. Os lençóis eram brancos, tinham um cheiro bom, cheiro de roupa lavada, de vento. O quarto não era exatamente grande, mas era aconchegante. Haviam livros em estantes pelos cantos. Não me levantei. Não queria sair dali. Por que amanhecera? Que horas já seriam? Mas por que diabos eu estava me preocupando com essas coisas banais? Olhei para o lado e respirei fundo: como alguém tão... sem explicação havia aparecido assim para mim? Não que eu não tivesse tido sorte com meus antigos namorados ou ficantes ou qualquer que seja a denominação. Passando a mão pelo rosto dele eu ficava mais e mais abobalhada: a pele macia, os cabelos lisos e assanhados, a barba por fazer que arranhava minha pele enquanto ele me beijava, a boca fina... Ele era interessante. Os gostos para os livros, as músicas, as roupas. A voz. Abracei o seu corpo e adormeci, não sei por quanto tempo, nem quis saber. Só não queria que acabasse.

29 de setembro de 2011

Vontade de viajar, de descobrir uns amores aqui e acolá. De sorrir bonito, mostrando os dentes. De abraçar os bons amigos. Vontade de guardar tudo no peito pra não se perder. 

2 de setembro de 2011

Ô vidinha.

Acordo cansada todos os dias. Pois é, é tanta preguiça que me pergunto: até que ponto, meu Deus? Ai eu escuto alguém dizer: "mas minha filha só sabe reclamar, né?" Mas não é que eu só saiba reclamar não, minha senhora, é que não tá fácil, sabe? A gente se ilude tanto com as coisas da vida, a gente bate a cabeça na parede, quebra o pé, entorta o dedo, mas quase sempre por um motivo divertido. Uma vez, por exemplo, meu pé sangrou por umas boas horas, quando o cortei com porcelana brincando de "amarelinha". Doeu, sangrou, mas passou. E lá fui eu de novo, brincar. Será que a gente devia fazer isso com a vida também? A gente gosta e des-gosta das pessoas, diz que não quer mais saber do mundo, pensa que vai passar o resto dos dias deitada numa cama, vendo as porcarias que passam na televisão. A gente assiste aos filmes e começa a chorar, RECLAMANDO porque a sua vida não poderia ser daquele jeito. É isso, minha senhora, sempre é assim. Não adianta dizer que aprendeu, não adianta dizer que quer morrer. A vida não dá bola pra gente não, ela deixa a gente largada por ai, e diz numa risada de bruxa: "se vira!" E o que fazer, né, minha senhora? A gente tenta. Tenta se virar pra não perder o ritmo. E quebra a cara de novo. Mas, no fundo, quem se importa com isso, certo?

8 de agosto de 2011

Sonhar mais.

Um vagalume aqui, um arco-íris lá. E a saudade bem aqui no peito, apertando um pouquinho. As coisas simples acabam me encantando. Como aquele sonho que tive noite passada: eu a voar. O vento corria para dentro de mim, através dos meus poros. Acho que ele estava entrando até pelos fios do meu cabelo. E eu voava. Não sei para onde, não sei como. Eu não via o chão. Eu via o céu, ao meu redor, sabe? Não era acima de mim, era a me rodear. Tudo era céu. Tudo era azul e branco. E um sorriso que mal cabia no meu rosto. Ôh, meu bom e velho Deus, custava o senhor me deixar sonhar esse tipo de sonho algumas vezes por semana? Não precisa ser todo dia, sabe, acho que é pedir demais. Mas às vezes é bom voar, sair dessa vida de pés no chão, de realidade atrás de realidade. Gosto do gosto que os sonhos tem. Sonhos doces, que derretem na boca, como algodão, e que deixam a gente sempre querendo mais. Sonhos com cheiro daquilo que a gente mais gosta: um animal, uma pessoa, um objeto; um cheiro. Um "sonhozim", vez em quando, não mata.

30 de julho de 2011

Idas e vindas.

A essa hora (13:47) eu deveria estar no ônibus, voltando para "casa." Mas dai vem os acasos da vida, e acabei adiando minha passagem para noite. Acordei hoje cedo e fui direto para o quarto do meu irmão, acordá-lo e abraçá-lo por uma meia horinha que fosse. Lembro dele me mandando ir embora, dizendo que não vai aguentar morar sozinho comigo ano que vem, que a gente vai acabar se matando. Acho isso lindo, vocês me entendem né? Não quero ir embora, não quero ir embora, não quero ir embora, não quero ir embora... Me cansa pensar em voltar para aquela rotina exaustiva de universitária-responsável, bzzzzzzzz, me dá sono. Gosto de saudade não, meu bom Deus. Gosto de ficar sentindo aquele buraco no peito não. É noite de sono perdida, e a gente tenta se curar com tanta coisa, e acaba que nada cura. Sinto tanta falta dos meus bons tempos. Não que esses de agora não sejam bons, mas são outros. Os tempos são outros.

"Não quero medir
A altura do tombo
Nem passar agosto
Esperando setembro
Se bem me lembro (...)"
(Ópio - Zeca Baleiro) 

25 de julho de 2011

Cartas Para Julieta.

"Querida Claire,
 
“E” e “se” são duas palavras tão inofensivas quanto as palavras podem ser. Mas coloque-as junto, lado a lado, e elas tem o poder de perseguir você pelo resto da sua vida. E se? E se? E se?... Não sei como sua história terminou mas, se o que você sentia era amor verdadeiro então, nunca é tarde demais. Se era verdadeiro, porque não seria agora? Você precisa ter coragem de seguir seu coração. Não sei como é um amor como o de Julieta, um amor pelo qual deixar entes queridos, um amor pelo qual cruzar oceano, mas eu quero acreditar que, se um dia eu sentisse esse amor, teria coragem de agarrá-lo.
E Claire, se você não fez isso, espero que um dia faça.
 
Com todo meu amor.
Julieta."

18 de julho de 2011

"Não é triste? - perguntou - Você não se sente só?
(…) Sorriu forte: a gente acostuma."
- Caio Fernando Abreu.

10 de julho de 2011

O que o tédio faz a gente pensar.

E você ainda diz que fazer 18 anos não muda nada. Talvez seja só crise minha, talvez seja carência, ou só pressão exterior. Acordei com um peso de gente velha nas costas. Eu sei, parece clichê, mas é cansaço. É paranoia quando você acha que começa a esquecer o nome de algumas coisas ou pessoas? E esquecer dos momentos? Pode? Não, nem deveria. Mas a gente acaba esquecendo. É que eu me pego pensando nisso às vezes (mentira, quase sempre mesmo). Pois é, eu perco mais tempo pensando que vivendo. E ai eu deixo aquilo que é pessimista e triste tomar conta de mim. Mas espera, que dia é hoje? 10 de Julho. Em vinte dias eu já vou estar de malas prontas e voltando para onde deve ser minha casa. E voltar para toda aquela ansiedade chata e cansada, de esperar os dias passarem bem arrastadinhos, rindo de mim como se eu fosse piada. Mas ai eu aproveito: aproveito as alegrias que encontro em alguns lugares, os amores, os carinhos. É desse jeito que a gente aprende a curtir cada segundo dos dias, até mesmo num domingo tão cansado e parado como esse, que só o que eu sinto é sono, mas nem dormir eu vou. É tudo carência de abraço: mesmo que eu receba milhões por dia, parecem nunca ser suficientes.

"God only knows the way it's gonna be..." (Stand By Me - Oasis)

8 de junho de 2011

Senhor tempo.

Tempo passa, tempo voa. Não ajuda em nada quando a gente mais precisa dele. Se você quer que ele fique, ele voa. Se quer que ele voe, ele fica. Olhe, senhor tempo, tira umas férias, sabe? Deixa a gente curtir as coisas por mais algumas horas, ou dias, se o senhor permitir. Quando eu voltar para casa, vê se o senhor me dá um descansinho de sua companhia. Para num lugar e fica, ora. Isso, brinca de estátua. E não passa, não passa, por favor. Fica quietinho na tua, vendo todo mundo ser feliz, rindo à toa, se gostando. O senhor até que é agradável às vezes, porque não dá para ficar parado por toda a eternidade né? Eu compreendo que a gente tem que envelhecer e morrer, mas no meu caso acho que isso ainda vai demorar. Então me deixa de lado um pouquinho e vai se ocupar da vida de outro alguém, vai. Julho chegando eu quero te largar aqui, não vou te levar comigo não. Nem adianta se esconder nas malas, ou em qualquer lugar. Não vou te levar, e tenho dito. Você fica aqui, trancado no meu quarto por uns bons dias, depois você dá um jeito de fugir e me carregar de volta para cá. Mas não tão cedo, não tão cedo.

3 de junho de 2011

O choro de uma vida.

Tive que chorar todo o choro acumulado em mim. Duas horas debaixo do chuveiro e a água se misturava com minhas lágrimas, que iam se jorrando, espontaneamente. Chorei o que eu deveria chorar por toda a vida. Chorei de saudade, de tristeza, de amor, de vontade, de alegria. Eu precisava disso. Sabe quando você se sente gelado por dentro, que às vezes precisa de algo que te impulsione? Chorar dá um alívio no peito. Mas depois aperta mais. E ai você vai acumulando todas as lágrimas de novo, como se não tivesse vida. Vai, besta, chora. Larga de ser durão e chora. É disso que você precisa. De lágrimas e amores para não se sentir só no mundo. Deixa tudo sair. E depois vem aqui, sentar comigo, me contar suas histórias, e ai, se você se sentir só ainda, eu te dou um abraço e deixo você chorar mais um pouquinho.

26 de maio de 2011

Pouco.

E eu fico me perguntando se daria certo, sabe. Um pouquinho de você aqui comigo, só para eu não esquecer. Algumas vezes te peguei dormindo, fiquei te olhando por um tempinho. Você sorrindo de lado, como se tivesse num sonho bom de não querer acordar nunca. Sua barba por fazer, sua cara de domingo. Não acho nada ruim se você ainda me quiser ao seu lado, para eu poder te contar aquelas histórias, em que o mundo parava e só existíamos nós dois. Ficar trancada contigo entre quatro paredes, e a gente se olhando, se encarando por alguns minutos antes de começar a cair na risada. Aquelas coisas infantis que a gente fazia, só para não perceber o tempo passando. O tempo passava rápido quando a gente tava junto, e quando a gente dormia, eu sonhava com você, você sonhava comigo, e a gente se encontrava e se amava até nos sonhos. Queria mesmo um pouco de você, deitado ao meu lado, passando a mão no meu cabelo, dizendo clichês que não me cansavam nunca, sussurrando ao pé do meu ouvido, apertando minha mão e dizendo baixinho: "não me larga." E eu não larguei. Até hoje, eu não largo.

19 de maio de 2011

Cabe até o meu amor!

"Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na dispensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois..."
 (Oração - A Banda Mais Bonita da Cidade)

9 de maio de 2011

Caio F. me entenderia.

"Era sábado à noite, quase verão, pela cidade havia tantos shows e peças teatrais e bares repletos e festas e pré-estréias em sessões de meia-noite e gente se encontrando e motos correndo e tão difícil renunciar a tudo isso para permanecer no apartamento lendo, espiando pela janela."
- Caio Fernando Abreu.

8 de maio de 2011

Encontros e desencontros.

"Deixo a vida como deixo o tédio." 
- Álvares de Azevedo.

Aquelas bem depressivas, mas né... Tem tristeza maior que passar o dia das mães longe da mãe? Nem tem. Você só se banha de lágrimas e fica vendo as pessoas twittarem ou postarem no facebook que almoçaram com sua mãe e blábláblá. Mas eu nem quero falar sobre a minha mãe linda, porque ontem eu estava com ela, e isso bastou, só um pouquinho, mas bastou. Eu tô cansada. Pressão, amores, monotonia, rotina. Não, rotina é bom, mas eu tô cansada. Essa semana eu andei bem pombinha, sabe? Os olhos meio que brilhando por ai. Quem sabe porque, sabe. Coração, me dá um descansinho, tô precisando passar uma boa eternidade dormindo. Eu sei, ninguém tá pedindo para morrer não, mas é só um descanso. Quem sabe dormir agora e só acordar daqui alguns meses, ou anos... Você quem escolhe. Mas tem que ser agora, sabe, as coisas estão ficando difíceis, e eu me canso fácil demais. É tédio por todos os lados, é tédio para onde quer que eu olhe. E é falta. Falta do mundo todo.

24 de abril de 2011

Temporal.

Cada despedida, um crime. Depois da velha ressaca, a tristeza. Para que tantas idas e vindas, certo? O pior de morar longe dos amores é isso. Você sempre tem que se despedir. Não é uma ou duas vezes, mas todas as vezes. Devia ser proibido largar pai e mãe e irmão e amigos e vida. Sou totalmente a favor de realizar os sonhos e todo aquele blábláblá, mas eu acho que tem gente que não aguenta a pressão, sabe? Parece até que a gente se apega mais e mais e mais. E é impossível de se largar. E fica contando as horas, os dias, os meses, para juntar todo mundo num abraço só. Infinito. E é aquela espera incansável.

"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar."
 - Antoine de Saint-Exupéry.

17 de abril de 2011

Fumaça.

Tem gente que vai. E volta. Como que morto, mas gente morta não ressuscita. Não assim, do nada. Chega e pronto, age normal, como se não tivessem passado vidas e vidas, e anos, e mais pessoas, e amores. É tipo como quem surge de uma fumaça. Primeiro, é fogo. Depois fumaça. Depois nada. E depois ressurge. Nem acho certo, sabe? Para que voltar? Pô, fica no teu cantinho vai, não se dê ao trabalho de dar o ar da sua graça, não precisa, não faz falta. Estava tudo tão bom, tão calmo, tranquilo. Puro tsunami. Vem quando a alma está despreparada. O coração nem lembra. Ai acaba sumindo de novo. Fácil assim, sem nem dizer tchau, sem nem se importar. Sem nem dizer por quê.

15 de abril de 2011

Home - Edward Sharpe And The Magnetic Zeros.

"Ele: Jade?
Ela: Alexander?
Ele: Lembra aquele dia que você caiu da minha janela?
Ela: Com certeza, você pulou atrás de mim.
Ele: Bem, você caiu no concreto, quase quebrou sua bunda, você estava se esvaindo em sangue e eu corri com você pro hospital, lembra-se disso?
Ela: Sim, eu lembro.
Ele: Bem, há algo que eu nunca lhe disse sobre aquela noite.
Ela: O que você não me contou?
Ele: Enquanto você estava sentada no banco de trás fumando um cigarro pensando que seria seu último, eu estava me apaixonando profundamente, profundamente por você, e eu nunca lhe disse até agora."

A dor que dói mais - Martha Medeiros.

"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.


Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.


Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."

Where The Wild Things Are.

9 de abril de 2011

Daquelas.

Brigadeiro. Biscoitos de chocolate amanteigados. Brigadeiro. E consciência pesada. E estresse. E brigadeiro. Por que minha tpm já veio? POR QUE? Por que mulher tem que sofrer tanto? Brigadeiro. Muito chocolate para acalmar os nervos. Muita solidão. Muita falta de amor. Muita emotividade no sangue. A gente precisa de carinho. De amor. De colo. De palavrinhas bonitas. Brigadeiro. Gritos e mais gritos com todo mundo. Vontade de afogar as mágoas com álcool. Mas só tem brigadeiro. E eu fico gorda. Tudo culpa da tpm, dessa maldita, que vem sem avisar, que nem bate na porta quando vai entrar, que nem tem dó de mim! Maldita. Mal amada. Arrogante. Sem educação. Feia. Isso, muito feia. Só quer me deixar de cara amarrada, de baixo astral, de biquinho. E mais brigadeiro. Larga de mim! Não larga. Não me deixa. Lençol, travesseiro, camisola, TV, notebook, cama. De passar o dia sem fazer nada. Cabelo despenteado, unhas por fazer, comida por todos os lados. É só falta de amor: quando ele aparece, a gente fica toda bonita, e fofa. Uma fofura só.

Todos se apaixona.

8 de abril de 2011

Charles Bukowski.

"Andava com mania de suicídio e com crises de depressão aguda; não suportava ajuntamentos perto de mim e, acima de tudo, não tolerava entrar em fila comprida pra esperar seja lá o que fosse. E é nisso que toda a sociedade está se transformando: em longas filas à espera de alguma coisa. Tentei me matar com gás e não consegui. Mas tinha outro problema. Levantar da cama. Sempre tive ódio disso. Vivia afirmando: "as duas maiores invenções da humanidade foram a cama e a bomba atômica; não saindo da primeira, a gente se salva, e, soltando a segunda, se acaba com tudo". Acharam que estava louco. Brincadeira de criança, é só disso que essa gente entende: brincadeira de criança - passam da placenta pro túmulo sem nem se abalar com este horror que é a vida.

Sim, eu odiava ter que me levantar da cama de manhã. Significava que a vida ia recomeçar e depois que se passa a noite inteira dormindo cria-se uma espécie de intimidade especial que fica muito mais dificíl de abrir mão. Sempre fui solitário. Você vai me desculpar, creio que não regulo bem da cabeça, mas a verdade é que, se não fosse por uma que outra trepadinha legal, não me faria a mínima diferença se todas as pessoas do mundo morressem. É, eu sei que isso não é uma atitude simpática. Mas ficaria todo refestelado aqui dentro do meu caracol. Afinal de contas, foram essas pessoas que me tornaram infeliz."

6 de abril de 2011

Metades.

Metade de mim não me permite ser legal com as pessoas, ser romântica, e até simpática; não me permite voar, cantarolar no banho, ou abraçar o mundo com pés e mãos; não me permite ser livre, nem doce, nem bonita. Metade de mim não gosta de sair de casa, ou dar um sorriso torto de quem não quer nada. Metade de mim é cansada, é velha, tem alma aleijada. Metade de mim não me permite falar coisas românticas ou olhar para os pombos na praça, não me deixa fechar os olhos na hora de sorrir. Incrível é que, quando ela acha que está me possuindo, vem minha outra metade e acaba com a alegria dela. Minha outra metade é uma fofura só, tem olhos alegres, sorriso no rosto o tempo todo, gosta de pés descalços na areia da praia, de beber com os amigos, de rir histéricamente até a barriga doer. Minha outra metade sente saudade e não se conforma, sempre fazendo questão de lembrar dos amores da vida, das pessoas queridas; adora o vento que assanha os meus cabelos na hora de ir para a faculdade, e o barulho do ventilador; ama ficar me vendo de frente para o espelho, passando maquiagem, fazendo birra porque não encontro a roupa certa para tal lugar. Mas não são só as minhas metades que são assim, porque todo mundo, quando nasce, é partido ao meio.

5 de abril de 2011

Se tu soubesse...


4 de abril de 2011

Quem disse que cansa?

Havia algumas coisas que eu tinha que colocar em dia: a leitura de alguns livros, a limpeza do quarto, a boa dormida, as amizades, os amores. Ah, os amores! Cheiro de café fresquinho de manhã, de cabelo assanhado, de cama bagunçada, de água quentinha. Abraço apertado, aperto de mão, beijo forte no rosto. Às vezes a gente precisa disso, sentir vida correndo nas veias. O mundo anda muito parado diante de mim. Até meu horóscopo anda deixando o romance de lado e só falando do que é profissional. Está mais do que na hora de dormir em um lugar e acordar em outro, e viver. E sentir. Sentir até a alma dizer chega.

“É tempo de meio silêncio,
de boca gelada e suspiro,
de palavra indireta, aviso na esquina.
Tempo de cinco sentidos num só.”
- Carlos Drummond de Andrade.

28 de março de 2011

São tempos difíceis para os sonhadores.

Cada vez que eu levantava da cama meu coração pesava. Era difícil para mim aguentar tanta saudade num único coração. Eu procurava abrigo em qualquer filme, qualquer música, qualquer poesia. Às vezes eu tenho vontade de ficar deitada, olhando para o teto, sentir o vento frio que entra pela janela. Nesses últimos dias eu chorei lágrima por lágrima, achei até que ia causar o dilúvio. A maldita TPM! Mulher sofre, e nem de longe é de brincadeira. Senti vontade de pegar o cartão de crédito e ir embora. Fugir! Para casa. Seria uma fuga dessa nova realidade que eu tenho que enfrentar. Não é que eu não goste do que é real, mas às vezes é muito chato você dormir e não sonhar. Acordar sempre cansada. Ter vida de gente grande. Não é que tudo esteja vazio, a gente sempre acaba "tapando o sol com a peneira", preenchendo os buracos imensos com pouco cimento, achando que é suficiente. E, em algum momento, o buraco vai voltar a aparecer.

7 de março de 2011

Falta.

E esse frio que me condena? Eu só sabia ficar embaixo do cobertor, pensando naquelas coisas que a gente pensa quando se está feliz, sabe? Senti falta do mato, da mistura de calor e frio, do cheiro de planta, do cheiro de madeira. Não é que eu gostasse dessas coisas, sou bem urbana, mas é que tem horas que a gente quer largar dessa vida de ar-condicionado e sentir o vento queimar dentro do corpo. Capital não tem muito ar puro. E é esse ar que me falta. E falta amor de pai e mãe. Colo de amigo. Aconchego de romance.

3 de março de 2011

Só tenho uma coisa a declarar: família, migos, casa, tô voltando para vocês, seus lindos! Carnaval pelo menos serve para algo, né? E quando eu voltar, se Deus quiser, vou ter algo na cabeça para postar. E tenho dito. Beijo.

17 de fevereiro de 2011

Tanto.

Tanta coisa por se escrever, tanta coisa para se botar para fora, mas é que fica tudo tão intalado em mim que eu não sei como traduzir.

31 de janeiro de 2011

Depoimento de uma menor abandonada.

A gente se acostuma com tudo. Com calor, com frio, com amigos, com rotina. A gente só não pode se acostumar com a saudade. Hoje eu até que acordei feliz, não chorei. Sinto falta do cheiro da minha casa, da minha cama, da minha família. Sinto falta dos meus amigos. Até da minha risada histérica, porque ela só acontecia na presença deles. Nos dois primeiros dias eu achei que não ia conseguir, principalmente quando tive que me despedir dos meus pais e vê-los chorando. E quando falei com meu pai no telefone e tive que engolir o choro? Complica às vezes ter que disfarçar a dor, e ter que contentar-se com telefonemas e internet. Quero a faculdade. Quero que quarta chegue logo e eu possa decidir o que vai ser de mim de verdade, tentar ir para a frente, esquecer algumas coisas fúteis que tive que abandonar. É o futuro chegando. Não posso trocar toda a minha vida por causa da saudade. Saudade, sua fofa, vê se sai de mim, não precisa vir todos os dias, uma vez por semana eu já me contento. Desgruda, desaparece às vezes, dê-se feriados, aposse-se de outro alguém, só quero um tempo em que eu possa respirar e dizer: hoje eu não me arrependo de ter feito essa escolha. Sabe do que eu sinto mais saudade? Do meu quarto, das horas que eu passava deitada na minha cama, sem fazer nada; de quando eu acordava e via a luz no corredor. Não gosto da vista da minha nova janela, só vejo prédios e mato. Luzes e mais luzes. Postes. Não vejo pessoas. Sinto falta das pessoas. Até dos meus vizinhos de cara feia. As pessoas daqui do prédio não costumam circular muito pelos arredores. Só vejo carros, mas onde estarão os donos? Quero casa, comida e roupa lavada. Quero família. Quero ir para a Gianduia comer  um bandolim, e depois uma fatia de torta de chocolate acompanhada de um cappuccino. Quero cinema e gritos exagerados. Quero irmão para brigar. Quero coisas fáceis. Quero tudo de mão beijada. Quero valorizar tudo isso que eu tive. Acho que é assim que se aprende... depois que a gente vira adulto, as coisas acabam se perdendo por ai, porque a gente deixa. A gente deixa o costume tomar conta da vida. A gente deixa tudo virar monotonia. E quem acaba se perdendo somos nós.

19 de janeiro de 2011

Sete dias.

Seven days. Não, não vou falar de O Chamado, não tenho muita simpatia pela Samara. Sete dias. E adeus minha cidade linda. Até logo pai, mãe e irmão. Até mais ver amigos. Ainda não caiu a ficha, masss... vai cair. Quando eu estiver lá e acordar e ver que minha mãe não vai ter feito meu café, nem meu pai vai estar na sala gritando para eu e meu irmão nos levantarmos. Incrível como eu sonhei com a faculdade a vida toda, e aqui vou eu, não para a dos meus sonhos, mas a gente sempre dá um jeito nessas coisas. Já sinto falta do colégio, das minhas brigas com o professor de Matemática, das aulas em que eu não conseguia fechar a boca por um minuto, de falar sobre seriados e mais seriados com meus amigos nerds, e do tempo em que eu não era nerd também, hahahaha. Só não queria sentir tanta saudade, daquelas de você querer arrancar o coração e botar numa estante, para olhar para ele e dizer: "Você tava me dando muito trabalho, que tal umas férias agora?" E eu sei que isso só está no começo.
"Toda a minha saudade e o meu amor de sempre." - Caio F. Abreu.
Mas esse Caio me entende que é uma beleza!

15 de janeiro de 2011

Pobres mulheres.

Acordei com o coração meio mole, daquele jeito que se eu ver um casal se abraçando eu começo a chorar todas as lágrimas de uma vida. Mas é que eu sou assim mesmo, meio pombinha, chorona, dramática. Sou toda novela mexicana, mas não tenho um herói lindo e maravilhoso e sexy e sedutor, para me jogar na cama e me chamar de sua, ligar para mim nas madrugadas dizendo que me quer, ou então aparecer de surpresa no momento mais inesperado. Mulheres às vezes precisam disso, sabem? Do nada elas amanhecem transpirando sentimentos, daí passam o dia sentada no sofá, vendo filmes românticos e se entopindo de comidas gordurosas. E ficam gordas. Isso! Gordas, e depois ficam se culpando, e chorando mais e mais, e começam os malditos regimes, e voltam à ficar com corpos lindos e esculpidos, mas nenhum amor aparece. Por que? É difícil entender como num dia elas podem ser fortes e ignorar todos os homens que lhe aparecem, e no outro dia elas estão lá, sentadas em algum lugar movimentado, apenas esperando que apareça o amor de suas vidas. Pobres mulheres, sem saber nunca o que querem, e ao mesmo tempo sabendo tudo.

7 de janeiro de 2011

Sonhos e vontades.

Tínhamos nos encontrado algumas vezes, em alguns lugares. Eu não acreditava muito em destino, até que pela terceira vez que nos vimos, ele esbarrou em mim, por querer, penso eu, e riu. Eu dei um meio sorriso, afinal, ele ainda era um estranho. Chamou-me para tomar um café perto dali, e eu, não sei por qual motivo, aceitei. Me contou que trabalhava no setor administrativo de uma empresa, que não convém escrever aqui tais detalhes, e que ganhava um bom dinheiro para sustentar a si mesmo. Não tinha namorada, morava só em um apartamento não muito longe de onde estávamos, tinha um cachorro, e etc. Começou a perguntar sobre mim, e eu mal tinha percebido isso. Ficou me olhando e sorriu, e novamente perguntou. "Calma, estou pensando." Eu respondi, pois eu realmente estava pensando em algo a dizer, e fiquei alguns minutos com o café na mão, olhando para o céu, e pensando. "Hmm, faço faculdade de Letras, já estou no último ano, e quero ser escritora. Eu sei, clichê, não é? Mas acho que escrever não é para qualquer um. Não é pegar um caderno e começar a escrever coisas difíceis, que só poucos entenderão. Eu gosto de pegar as coisas simples e transformá-las em mágica, em diferentes. Posso escrever uma história deliciosa só com essa nossa conversa. Mas as pessoas não valorizam mais os livros, nem a escrita. Talvez um dia eu mude isso, quem sabe?" E ri. Eu era tão comum dizendo aquelas coisas de adolescente-quase-adulta. Conversamos mais um pouco e dei meu telefone à ele, para que saíssemos depois. Dois dias após nossa conversa, ele me ligou. Eu me ocupava demais com a faculdade que acabava esquecendo das pessoas. Saímos para jantar e acabei me empolgando com o álcool. Lembro de tudo que eu fiz, e gostei. Rimos e conversamos durante horas no restaurante luxuoso que ele havia me levado. Apesar de gostar de coisas delicadas e simples, eu gostava de pessoas diversas, com opiniões diversas, em lugares diversos. Eu me encantava por tudo, e a cada lugar que eu ia, a cada pessoa que eu via, a cada ato que eu presenciava, a cada conversa que eu ouvia, eu fazia uma história dentro da minha cabeça, e ria, ria, e ria, porque aquelas pessoas tão comuns e tão diferentes jamais imaginariam que eu poderia entrar na vida delas e inventar coisas, e imaginar, imaginar como elas eram, e como seriam se eu fosse descrevê-las. Fomos para o meu apartamento e o convidei para beber algo e me fazer companhia. Naquela noite eu tinha exagerado na roupa, talvez de propósito, e usei um vestido preto, não muito colado, mas para definir o meu corpo magro, e uma sandália que combinava com o meu cabelo. Vermelha. Eu já estava um pouco além da conta, e como bebi demais, fiquei feliz demais. Sempre que me excedo fico rindo à toa. Tirei meu salto e sentei no sofá, ao lado dele, conversamos, e não sei em que exato momento aconteceu, mas eu estava dormindo em seu colo, quando senti algo molhando meus lábios. Era um beijo. Abri os olhos preguiçosa e o vi. Tão sedutor, com a cabeça abaixada perto de mim, quase que para me beijar novamente. Eu acho que sempre fui assim: no começo, não consigo ser totalmente eu, me solto aos poucos. Eu não poderia resistir, certo? Talvez ele estivesse esperando que eu gritasse ou lhe desse um tapa na cara, mas não fiz nada disso. Olhei-o por um minuto e puxei sua boca de volta para mim. Eu adorava experimentar as coisas, para as minhas histórias futuras. Nunca dormi com muitos homens, namorei com poucos, como eu disse, não tinha muito tempo para além da minha faculdade e dos meus escritos. Deitamos no chão e fizemos o que qualquer homem e mulher fariam depois de um jantar, bêbados, e felizes. A noite demorou a passar, e não poderia ter acontecido melhor. Quando ele dormiu, fui para a varanda, escrever o que tinha acontecido. Sabe, existem amores e amores. Você pode amar um homem só depois que dormir com ele. Você pode amá-lo antes disso. No meu caso, nenhuma das duas opções haviam acontecido. Quero dizer, a primeira pode vir a manisfestar-se ainda, quem sabe? Mas o que eu realmente amava era experimentar as vidas, sim, são tantas vidas, tantos sabores, eu não poderia desperdiçar isso.