28 de março de 2011

São tempos difíceis para os sonhadores.

Cada vez que eu levantava da cama meu coração pesava. Era difícil para mim aguentar tanta saudade num único coração. Eu procurava abrigo em qualquer filme, qualquer música, qualquer poesia. Às vezes eu tenho vontade de ficar deitada, olhando para o teto, sentir o vento frio que entra pela janela. Nesses últimos dias eu chorei lágrima por lágrima, achei até que ia causar o dilúvio. A maldita TPM! Mulher sofre, e nem de longe é de brincadeira. Senti vontade de pegar o cartão de crédito e ir embora. Fugir! Para casa. Seria uma fuga dessa nova realidade que eu tenho que enfrentar. Não é que eu não goste do que é real, mas às vezes é muito chato você dormir e não sonhar. Acordar sempre cansada. Ter vida de gente grande. Não é que tudo esteja vazio, a gente sempre acaba "tapando o sol com a peneira", preenchendo os buracos imensos com pouco cimento, achando que é suficiente. E, em algum momento, o buraco vai voltar a aparecer.

Um comentário:

  1. Duas estradas separavam-se num bosque amarelo,
    Que pena não poder seguir por ambas
    Numa só viagem: muito tempo fiquei
    Mirando uma até onde enxergava,
    Quando se perdia entre os arbustos;

    Depois tomei a outra, igualmente bela
    E que teria talvez maior apelo,
    Pois era relvada e fora de uso;
    Embora, na verdade, o trânsito
    As tivesse gasto quase o mesmo,

    E nessa manhã nas duas houvesse
    Folhas que os passos não enegreceram.
    Oh, reservei a primeira para outro dia!
    Mas sabia como caminhos sucedem a caminhos
    E duvidava se alguma vez lá voltaria.

    É com um suspiro que agora conto isto,
    Tanto tempo já passado:
    Duas estradas separavam-se num bosque e eu -
    Eu segui pela menos viajada
    E isso fez a diferença toda.
    ( Robert Frost)

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