31 de janeiro de 2018

"How long, baby, have I been away?"

É sempre igual: bate uma da manhã, resolvo dormir, mas meu cérebro decide que tá cedo, sono, passe outra hora. Meu primeiro texto do ano. O último, nem lembro o dia. Mas onde eu fui me meter nessa vida? Em canto nenhum. Não saí do lugar. Conheci umas cidades mundo afora, percebi que tudo é bem maior do que a gente acha que é: os ônibus, as ruas, o céu. Meu coração esvaziou um pouquinho, dos sentimentos ruins que eu carreguei por tempo demais, das pessoas que não me faziam andar pra frente. Talvez o teto de casa tenha desabado em minha cabeça, a batida forte na porta que me fez quebrar um pouco o rodapé do corredor, minha vó perdendo a pouca sanidade que ainda resta. Entra ano e sai ano e eu ainda não sei bem quem eu sou, o que eu quero. Ganhei um amor gigante, ganhei companhia e um ombro cheiroso pra deitar. Decidi que eu quero ser, pelo menos, melhor. Melhor do que já fui. Minha mania de ser pessimista ainda persiste, mas eu já consigo acreditar que, se for para ser, então que seja.