8 de junho de 2011

Senhor tempo.

Tempo passa, tempo voa. Não ajuda em nada quando a gente mais precisa dele. Se você quer que ele fique, ele voa. Se quer que ele voe, ele fica. Olhe, senhor tempo, tira umas férias, sabe? Deixa a gente curtir as coisas por mais algumas horas, ou dias, se o senhor permitir. Quando eu voltar para casa, vê se o senhor me dá um descansinho de sua companhia. Para num lugar e fica, ora. Isso, brinca de estátua. E não passa, não passa, por favor. Fica quietinho na tua, vendo todo mundo ser feliz, rindo à toa, se gostando. O senhor até que é agradável às vezes, porque não dá para ficar parado por toda a eternidade né? Eu compreendo que a gente tem que envelhecer e morrer, mas no meu caso acho que isso ainda vai demorar. Então me deixa de lado um pouquinho e vai se ocupar da vida de outro alguém, vai. Julho chegando eu quero te largar aqui, não vou te levar comigo não. Nem adianta se esconder nas malas, ou em qualquer lugar. Não vou te levar, e tenho dito. Você fica aqui, trancado no meu quarto por uns bons dias, depois você dá um jeito de fugir e me carregar de volta para cá. Mas não tão cedo, não tão cedo.

3 de junho de 2011

O choro de uma vida.

Tive que chorar todo o choro acumulado em mim. Duas horas debaixo do chuveiro e a água se misturava com minhas lágrimas, que iam se jorrando, espontaneamente. Chorei o que eu deveria chorar por toda a vida. Chorei de saudade, de tristeza, de amor, de vontade, de alegria. Eu precisava disso. Sabe quando você se sente gelado por dentro, que às vezes precisa de algo que te impulsione? Chorar dá um alívio no peito. Mas depois aperta mais. E ai você vai acumulando todas as lágrimas de novo, como se não tivesse vida. Vai, besta, chora. Larga de ser durão e chora. É disso que você precisa. De lágrimas e amores para não se sentir só no mundo. Deixa tudo sair. E depois vem aqui, sentar comigo, me contar suas histórias, e ai, se você se sentir só ainda, eu te dou um abraço e deixo você chorar mais um pouquinho.