23 de maio de 2018

"But there's another heart eating me, and it's mine."

Não sei muito bem o que vim fazer aqui. Tem momentos que eu passo horas encarando minhas mãos como se elas fossem conseguir expressar o que se passa em minha cabeça. Tem momentos que eu só queria conseguir falar, mas eu não acho que sei me explicar muito bem. Não é culpa de ninguém, é claro. A sensação de que eu me afogo permanentemente. Em alguns dias, eu tento flutuar e pensar que, talvez, com um pouquinho de mais esforço, eu consigo. Em outros, me puxo para baixo e só quero ficar ali. Acho que, de toda forma, eu não sei exatamente onde me encontro e em que ponto a gente vai finalmente dizer que tá tudo bem. Se eu escrevesse as coisas que eu penso, se talvez eu fizesse o que eu realmente quero, se só uma vez eu pensasse em mim. Mas eu não faço isso. É mais fácil continuar afundando. 

4 de maio de 2018

"When she jumped, she probably thought she could fly."

Eu tinha perdido as contas de quantas vezes ele disse que não ia fazer aquilo de novo. E também de quantas vezes eu falei que seria a última vez. Tinha perdido as contas de quantas últimas vezes a gente teve e ainda teria devido a minha falta de coragem de fazer qualquer outra coisa além de aceitar. Em alguns momentos, eu achava que aquilo era demais para a minha cabeça. Eu perdi todas as noites de sono possíveis tentando encontrar alguma forma de fazer tudo parar. Eu me perdi no meio do caminho. Mas eu conclui que algum dia aconteceria. E aconteceu. Quando eu disse que seria a última vez, acabou por ser a última vez. Não por falta de tentativa da gente, mas porque eu achei que merecia um descanso depois de tanto tempo. Acho que o problema é que quando a gente diz nunca mais, a gente sabe que vai fazer de novo. Porque vai encontrar outra pessoa. Porque vai achar que tudo vai ser diferente. Porque dizem que é o que a gente é. Quando eu disse nunca mais, demorou uns três dias até acontecer de novo. As pessoas são iguais. A gente é igual.