13 de setembro de 2016

"Let love grow [this time no]."

23:21 de uma terça-feira solta de setembro. Que raiva que me dá quando isso acontece: deitar, quase cochilar e aquele negócio que aparece do nada em sua mente em forma de texto e você precisa botar para fora porque senão vai dormir e vai esquecer e vai acordar no outro dia sabendo que podia ter escrito algo, mas preferiu um sono bom. Eu prefiro um sono bom na maioria das vezes. Dizem que a gente só supera um amor quando encontra outro. A gente encontra o amor na esquina, dentro do ônibus, no engarrafamento, no pátio da faculdade, na calçada do Casarão, numa foto do Instagram. A gente esbarra nele e nem percebe e continua andando com a cabeça baixa pensando naquela conversa com aquela pessoa em 2009. Me perguntaram se a gente supera. Eu não sei. Eu tive tantas histórias e tantos amores e tantos sonhos. Acho que li livros de romance demais. Acho que assisti Brilho Eterno de Uma Mente de Lembranças mais vezes do que posso contar nos dedos [das mãos e dos pés multiplicando por cinco]. Derramei todas as lágrimas e botei a culpa no fato de eu ser canceriana quando, na verdade, essa coisa de signo é lenda que a gente inventa para não acreditar que a culpa é só da gente. Acho que escrevi em diários demais e imaginei demais e pensei demais e fiz tudo demais. E mainha não estava errada ao dizer que tudo demais é veneno e é. Porque agora eu faço tudo de menos. Ainda leio demais, e vejo o mesmo filme sete vezes por ano, mas desisti porque quando vejo toda a dor no fim dos relacionamentos alheios eu passo longe. Eu não quero ouvir os soluços ou ver as lágrimas ou ter que usar frases clichês para consolar. "Vai passar". Claro que vai. Todo dia a gente vive e o mundo acaba e tudo passa. E a gente vai morrer de amar hoje para amanhã encontrar outro amor e dizer que vai ser pra sempre, mas na verdade só vai durar umas três semanas. Dói. Dói acordar no meio da noite e sentir um buraco no peito. Dói ficar brigando com a própria consciência pra não ir atrás porque você não merece uma pessoa assim desse jeito tal. Dói ficar procurando motivo para doer. E a dor passa e a vida fica e você vai ter mais uns vinte e três amores para doer. 

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