31 de dezembro de 2014

"The blower's daughter."

Fim de ano. Todo mundo ia beber demais, eu tinha certeza. A gente sempre se deixava levar pelos fogos e abraços de feliz ano novo. E, mais uma vez, eu estaria só. Não tô reclamando, juro. Eu já me acostumei com isso há tempos. Mas eu odeio essa ideia de final de ano. Eu queria que o tempo parasse e a gente ficasse pra sempre estancado nas 23h59min. Seguir em frente. E tudo mais uma vez igual. As promessas, as juras, as tentativas fracassadas de ser melhor. Tanto esforço pra nada, meu Deus. Eu deveria me desculpar por ser assim tão pessimista, mas eu não tô mentindo, tô? Quem sabe o que aguardar de mais um ano em que eu envelheço e ganho mais responsabilidades. Daqui a pouco, se brincar, vou ter que cuidar de minha própria casa. Isso é normal, eu sei. Eu sei tanto que talvez seria melhor se eu não soubesse. Mas é o fato de ser algo esperado e normal que me deixa em pânico. Isso de que ter a vida igual a de todo mundo. De trabalhar, sorrir, viver no automático. Eu faço o que gosto até deixar de gostar porque é isso que acontece quando os dias se repetem demais. E se eu fosse menos azeda até podia gostar mais um pouquinho desse negócio de imaginar os anos que vêm. Mas prefiro ficar quieta. Beber, ganhar abraços e sorrir porque, se eu não acredito nisso, alguém tem que acreditar. 

20 de novembro de 2014

"Ten thousand words."

Demorei muito tempo pra me dar conta que eu precisava te escrever algo. Não aquela porcaria que li na missa de sétimo dia e ninguém aplaudiu - talvez por não terem entendido por causa da minha voz embargada, ou porque ninguém de lá gostava de mim mesmo. Pouco me importa. Há muito tempo que família deixou de ser família e, depois que você se foi, acho que todo mundo seguiu seu rumo e uns esqueceram da existência dos outros. Como eu. Mas não te esqueci. Não te esqueceria nem por cinquenta anos ou, nesse caso, quase quatro meses. Passaram tão rápido. Eu viajei e consegui me ocupar. Mas de vez em quando eu acordava com aquela dor no peito que a gente costuma chamar de saudade. Voltei e fui na tua casa uma vez. Procuro me policiar pra não dizer "casa de vozinha" que é pra não cutucar a ferida - minha e do meu pai. Não tem mais cheiro lá. A placa de vende-se ainda não surtiu efeito e tem um monte de lagartixa no teto da garagem. No começo eu ainda conseguia me enganar, dizendo que você ainda tava lá porque eu passava um tempão sem te ver. Talvez eu me arrependa hoje, mas fico me perguntando o que mais eu poderia ter feito. As pessoas continuam vivendo. Os vizinhos devem sentir falta da tua companhia quando sentam na calçada à noite. Não posso mais entrar naquela casa. Nem sei como vai ser entrar na outra. Eu nunca tinha perdido alguém e eu sei que a gente é parecida - fisicamente e no jeito de ser. O que mais me choca é que as pessoas morrem e o mundo não para. A gente até fica de luto, mas em poucos dias, acordar e respirar parece normal. E o buraco fica na alma, porque cada um que se vai é um pedaço a menos dentro da gente. O teu pedaço é gigante, acho que deve ser mais da metade. E você nem pode trazer de volta. Queria sonhar contigo de novo, te ver bem e como você sempre foi. Faltou saúde, eu sei. Mas nunca faltou amor pro teu lado. Nem vai faltar. 

15 de novembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - When it's over. (7/11/2014)

É muito complicado escrever sobre o fim. Acho que é por isso que aqui estou eu, oito dia depois, escrevendo sobre meus últimos dias em Los Angeles. Sim, eu não queria voltar. Sim, eu me apeguei aos meus amigos e lugares e host family e escola e etc. É dolorido ir embora, dizer tchau, fingir que não uma despedida permanente e sim um "see you soon!". Minha experiência, pra quem acompanhou, foi cheia de altos e baixos, lágrimas, desespero e alegria. No primeiro mês, quis voltar feito uma louca, achei que nunca fosse me acostumar. Mas acho que aos poucos fui me adaptando ao fuso horário, ao modo de vida, e até a almoçar fastfood todo santo dia. 

Posso confessar que dois meses é tempo suficiente pra aprender muita coisa de inglês. Claro que nada se compara a três, quatro, seis meses ou um ano, mas dá pro gasto. Tá, EUA é primeiro mundo, mas toda cidade tem lá seus problemas - gente morando na rua, sujeira, lixo em toda esquina, desorganização, poluição, e tudo mais. Eu, particularmente, não moraria lá. Não conseguiria passar seis meses porque provavelmente ficaria entediada, mas três meses talvez fosse meu máximo. 

No último dia, sexta (7/11/2014), fomos para o Beachwood Drive que, segundo alguns sites, é um dos melhores lugares para ver o Hollywood Sign. Em Hollywood eles tem um shuttle de $0,50 pra lá. Mas ai você vai ter que andar um pouquinho e, seja esperto, ou você vai pegar o caminho errado que nem a gente. Não conseguimos chegar nem perto. Pois é, infelizmente não foi dessa vez que consegui me aproximar desse letreiro dos sonhos. Mas nada não, meus planos pra essa vida incluem voltar lá. Mesmo assim, a vizinhança é linda. Parece uma cidadezinha europeia. As ruas não são movimentadas e as casas nas colinas são enormes e maravilhosas. Coisa de filme!


Dai que voltamos para Hollywood e queríamos ir para Santa Monica ver o pôr do sol. Porém já era 16h e o sol ia se por às 16:59, ou seja, não daria tempo. O que fizemos? Fomos para o Dolby Theatre e, enquanto Angie e André ficavam por lá entediados, eu e Dominika fomos ser turistas e tirar fotos na Calçada da Fama.


No sábado, fomos para a Union Station pegar o LAX Flyaway Bus. Você só paga $8 (compra o ticket no site) e eles te deixam no seu terminal. Vale super a pena (até porque paguei $73 do aeroporto pra Hollywood e não tava nem louca de fazer isso de novo). Na sexta, dei um abraço apertado em André porque eu sabia que ia morrer de saudade daquele alemão bruto e cheio de frescuras. Me despedi de Angie na Union Station porque ela ajudou Dominika até lá com as malas. Inclusive, pra chegar lá eu sofri. Imaginem andar um quarteirão com duas malas grandes, uma mochila, uma bolsa e uma sacola cheia de livros. E entrar no ônibus com isso? Hehehehehe foi lindo.

Não me despedi de Dominika porque achamos que íamos nos ver após o check-in, mas o terminal dela era o 4 e o meu o 5, e eu acabei indo pra sala de embarque antes. Foi bom porque não chorei - já tinha derramado lágrimas o suficiente antes de sair de casa. Larry se despediu de mim na sexta, antes de ir pra Vegas com os amigos. Me deu um abraço e disse que eu podia voltar quando quisesse. Patty me deu tchau no sábado de manhã, enquanto eu tomava o café. Foi tipo "tenha uma vida feliz. Tchau" e voltou pro quarto pra dormir. Não me despedi das meninas porque não as vi.

Peguei cinco vôos pra chegar em casa. Los Angeles - Atlanta - Rio de Janeiro - Fortaleza - Recife - Juazeiro. Sai de L.A. no sábado às 13:30. Cheguei no Juazeiro na segunda, às 12:30.

Ainda não acredito que acabou. Ainda não acredito que tô em casa, de pijama, derretendo no calor de 32º de Juazeiro do Norte, enquanto em L.A. está com maravilhosos 19º. Sinto falta da minha escola, do clima doido de Los Angeles, de Hollywood e seus turistas desesperados por estrelas de cinema e dos meus amigos. Hoje, vendo fotos e tudo que escrevi, parece um sonho. Nunca vou acreditar que estive lá e que passou. Mas claro que vou voltar. Claro.


Recomendações pra quem quer fazer intercâmbio:
  • Economize por muito tempo antes de ir, e comece a pagar a viagem com antecedência, pra não ficar tudo pra última hora. Vá em baixa temporada e fique de olho em quanto tá o dólar. Tive azar porque peguei o valor mais alto, $1 equivalendo a R$ 2,70. 
  • Leve apenas o essencial na bagagem Você não vai resistir a tentação de comprar roupas por lá, e algumas lojas são extremamente baratas. Em L.A., como eu já disse, os outlets são fora da cidade, mas lojas como Marshalls, H&M e Forever 21 estão espalhadas por todos os lados. Na volta, eu tive direito a 62kgs, mas minhas duas malas juntas deram apenas 31. Fui burra porque não tinha noção do peso e fiquei com medo de comprar demais e acabar tendo que pagar excesso.
  • Fique em casa de família. Apesar dos problemas que você vai ter, é sempre melhor que a residência estudantil. Se tiver algo a reclamar, é só falar na escola e eles resolvem. Seja próximo da sua host family. Converse, passe tempo com eles, assim você pratica o idioma e ainda faz amigos. 
  • Você não precisa comprar um chip de lá. Eu fui bocó e comprei, mas não é lá necessário. É bom porque você pode pegar o Lyft e o Uber (que só funcionam se você tiver um número americano), mas comprar um sai muito caro e eles tem wi-fi em todos os lugares.
  • Vá sabendo pelo menos o básico do inglês, caso você se perca por lá. Os motoristas de ônibus, em sua maioria (nem todos), sempre vão estar dispostos a ajudar. Confira, se possível, os horários dos transportes no Google Maps. 
  • A melhor forma de aprender é praticando (dã, óbvio!). Não precisa de fugir de brasileiros. O problema é que, infelizmente, sempre que um grupinho tá junto, eles vão falar português. É um vício, pelo que reparei. Faça amigos de outras nacionalidades, peça para eles te corrigirem quando você falar algo errado e os corrija quando você souber de algo. 
  • Seja um turista também! Viaje, conheça os lugares, os outros turistas, os nativos, tudinho. E aproveite cada segundo! Não perca tempo ficando em casa porque "ah, tenho dois meses aqui, vou ter tempo." Não, não vai. Nunca vai ser suficiente pra conhecer tudo. Então pé na estrada!

1 de novembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - This is Halloween!. (31/10/2014)

Halloween em L.A. é totalmente diferente do que eu (e todo mundo) esperava. Ok, vamos lá. A Kings Colleges preparou uma festinha e ai que todo mundo tinha que ir fantasiado já de manhã. Então tá, né?! Minha fantasia foi da Moira da primeira temporada de American Horror Story (queria ter feito o olho vermelho, mas mal consegui fazer uma maquiagem normal decente, que dirá uma caprichada). No meu bairro poucas casas prepararam seus jardins pro Halloween. Na minha casa não teve nada - minhas "irmãs" adolescentes nem se fantasiaram! Até o ônibus chegar, todo mundo passava e ficava olhando pra mim como se eu fosse uma espécie rara. E eu ficava me perguntando: "cadê a porra do Halloween nessa cidade?" No ônibus, eu e Dominika éramos as únicas a usar fantasias de verdade e não improvisadas, como uma lente de contato ou roupa do Spider Man.

Quando chegamos na Sunset Blvd, mais alunos da Kings foram aparecendo fantasiados e eu já me senti um pouquinho melhor. Mas o problema: tava nublado e todo mundo já tava esperando chuva. Não era nublado normal, mas congelando. E na escola tava todo mundo fantasiado e etc. (Na foto: Luna - bruxa, Lidia - policial, Michelle - Julieta, Mariana - marinheira, Miki - bruxa, André - jogador de futebol, Ceena - Chapeuzinho Vermelho, eu, Caroline - Thor, Angie - skater girl, TK - árvore/Pinóquio, Thomas - Walter White, Woo - panda e Keyia - Homem-Aranha)


Na escola, a festa durou até 14h. Teve comida, concursos de fantasias, música, banda. Até que foi divertido. Depois fomos andar por Hollywood e, de novo, me impressionei por não ver todo mundo fantasiado. Até que 17h fomos pra West Hollywood em Santa Monica Blvd, onde ia acontecer uma espécie de Carnaval de Halloween. Dai sim halloween de verdade: todo mundo vestido de TUDO que é jeito (e quando eu digo tudo, quero dizer até pelado pelado nu com a mão no bolso).
 

Ainda assim o tempo não tava ajudando. O frio tava anormal pra L.A. Andamos pra um lado e pro outro, vimos os shows, gente tirando foto, gente pedindo foto. Mas foi demais porque todo mundo tava se divertindo e era algo diferente. Chegamos na parada de ônibus 22:50 e guess what: chuva! CHUVA, em pleno halloween. Dois meses que passo aqui, o único halloween de verdade que participo, e chove. E deu 23:30, 23:40, 00h, 00:30 e nada do ônibus. Dez ou mais pessoas esperando por horas. Até que desistimos e pegamos um táxi. Meus dentes batiam e minhas pernas só pararam de tremer quando me joguei debaixo do lençol. This is Halloween. This is L.A.

31 de outubro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - The Voice. (29/10/2014)

Sim, eu fui pra gravação da 8ª temporada do The Voice!!!!!!!!!!!! (queria colocar todas as exclamações do mundo aqui, porque só exclamações conseguem expressar o que eu senti ontem!)


Como conseguir o ticket: não é difícil, só é muito concorrido. Pra começar, é de graça. No site do 1iota você consegue se inscrever pra diversos shows e eventos. No meu caso, eu me inscrevi para vários dias pra ver se conseguia pelo menos um. E consegui! Pedi 3 ingressos no site e, no começo, ia com mais dois amigos, mas só um acabou indo e eu não tive como chamar outra pessoa (queria eu poder trocar pra outro dia). 

Como foi: você não pode levar celular. Se levar, vai ter que se virar pra arrumar um lugar pra deixar, porque eles revistam tudo e ainda tem o detector de metal. Um cocô, pois é. Então, eu e meu amigo chegamos lá às 14:30. Pegamos o metrô em Hollywood / Highland e chegamos em Universal City talvez em seis ou sete minutos. Tivemos que esperar mais 40 pelo ônibus. E ainda tivemos que andar uns 15 minutos pra poder chegar ao local "final". Entre aspas porque: era um estábulo. Já tava lotado! Fomos mandados pra uma fila de espera (caso alguém faltasse, a gente entrava - sim, ter o ingresso não é uma garantia). Mas acabamos conseguindo - na verdade, as 30 pessoas que estavam na fila conseguiram. E ainda conseguimos bons lugares!!! <3 Depois de passar pela fila, pegamos o shuttle pra ir pro Walt Disney Studios - isso 16h. Chegamos lá e fomos para outra fila. Por fim, entramos no estúdio do The Voice por volta das 17:20. 

Ficamos na segunda fileira de frente para o palco, ou seja, os jurados ficam a maior parte do tempo de frente pra gente. E eu fiquei de frente pro Adam Levine, gente! A distância? Uns cinco metros. CINCO METROS!!! A gravação começou às 17:50. O apresentador animou o público um pouquinho, distribuiu umas camisetas, fez a gente dançar e etc. Ai chamou os jurados. Todo mundo foi à loucura. Em cada intervalo, as pessoas podem ir ao banheiro (em grupos com um responsável da equipe) e o pessoal da produção vai lá passar mais uma make, etc.

Blake: todo intervalo ele pega o celular. E a risada dele é muito gostosa!
Christina: (spoiler alert: she is back!) gordinha, porém deusa. E uma fofa! 
Pharrel: no início ele tava meio pra baixo, mas depois se animou mais. 
Adam: o ser humano mais engraçado e divertido que já vi. Ele não deixa ninguém em paz!

Todo mundo é muito legal. Adam ainda fingiu ser um dos participantes e cantou uma música - não consigo descrever aqui o que é ouvir aquele homem cantando ao vivo. A gravação do programa é legal, mas vai chegar um momento que você vai querer morrer de tanto sentar e levantar pra bater palma. E gritar. Uns 20:40 o Adam começou a dizer: "I want to go hooooooomeeeee!" e ai a gravação acabou às 21h. 

Volta pra casa: pelo fato de não ter meu celular comigo, Uber e Lyft estavam fora de cogitação. Levei identidade, passaporte, dinheiro/cartão de crédito e o tap card (metrô e ônibus). L.A. é totalmente esquisita à noite. Você vai encontrar muita gente em Hollywood e em alguns pontos de Downtown, mas não é nem isso tudo. As pessoas se trancam em casa cedo e as ruas ficam desertas - o que eu não considero perigoso, porque se não tem ninguém na rua nada pode acontecer, certo? (mas vou nem mentir que eu rezei umas 30 ave marias e uns 30 pai nossos só pra garantir). No dia anterior, eu me perdi em Downtown com Dominika e Keyia (o mesmo que foi comigo pro The Voice. From Japão.) e ai que eu já tava preparada pra passar por outro perrengue. Mas a gente não tava perdido, o problema era não ter como voltar pra casa. A coisa mais difícil do mundo é achar um táxi no meio da rua. Então, o que fizemos? Voltamos pro mesmo lugar onde o ônibus nos deixou e andamos até achar um lugar movimentado. Paramos numa 7Eleven porque vimos um policial e fomos pedir ajuda. Já era quase 22h. O negócio aqui é um seguinte: tá perdido? Procura um policial. As pessoas na rua podem até te ajudar, mas o difícil é achar alguém que esteja sóbrio o suficiente pra te dizer algo certo. Mas dai ele pediu um táxi no telefone e foi embora??????? E ai 10 minutos, 15... E eu comecei a ficar nervosa. Porque meu medo era só de perder o metrô e não conseguir ir pra casa. Sim, porque ainda não fiquei doida de pagar um táxi de Burbank pra Mid-Wilshire. Nem mesmo perdida. E ai o táxi chegou. Conseguimos pegar o metrô, ir pra Hollywood Blvd (que tava até movimentada) e pegar o ônibus pra casa (de noite os ônibus são tão tranquilos quanto durante o dia). Keyia mora numa casa em frente a minha, então foi bem mais tranquilo. Cheguei meia-noite e já tinha feito umas dez promessas até botar os pés no meu quarto. Ainda assim foi um dos melhores dias da minha vida (só perde pro tour da Warner e pra Las Vegas, claro). 

Diário de viagem: The city of angels - Welcome to Fabulous Las Vegas! (24, 25 e 26/10/2014)

Eu tinha que dar um jeitinho de ir pra Vegas. Não importasse como, eu só precisava ir. E fui. Com passagens de ida e volta e hotel (fui pela Greyhound e fiquei no Circus Circus), gastei $125. Fomos eu, Angie, Dominika e André na sexta de manhã, às 8:15. Tá, do comecinho: fomos pra rodoviária às 6:30. Ainda tava escuro e o frio tomando de conta. As ruas já estavam movimentadas e, como a parada de ônibus é a um quarteirão de distância de onde moro, fui andando até lá. Pra chegar no loca, pegamos dois ônibus e, como não tinha trânsito, chegamos um pouquinho cedo - acho que umas 7:15. 

O ônibus: ok. Mesmo que viajar de Guanabara na classe Executiva. E ainda tinha wi-fi. Saímos de L.A. umas 8:30 e o previsto pra chegar em Vegas seria por volta das 13h. No caminho, paramos pra lanchar e etc. Chegamos em Las Vegas no horário, mas andamos um pouquinho até a estação de ônibus e pegamos um para o Circus Circus. Cada hotel tem uma parada de ônibus, se não me engano. Pagamos $2, mas ai se você quiser usar o transporte público depois tem que pagar ¨$6 pra duas horas, $8 pra um dia ou $20 pra 3 dias. Como nossos planos eram de andar pra caramba, não compramos o ticket. Chegamos no Circus Circus em 15 minutos. O caminho pra Vegas é lindo, gente. Deserto e carros, bem coisa de filme. E quando você vai chegando perto da cidade e os hotéis vão surgindo, é incrível. 



Fizemos o check-in no hotel e fomos tomar banho bem rápido pra poder aproveitar o resto do dia. Sobre o quarto do hotel: ok. Nada de outro mundo. Saímos às 16h. O Circus Circus, na minha opinião, é um dos hotéis mais baratos e não é longe dos pontos turísticos. Las Vegas se resume inteirinha a uma rua só, a Strip, então, pra quem gosta de andar tá tudo ótimo. Até chegarmos nos hotéis já tava de noite, porque a gente parava pra tirar foto de tudo. Mas fomos no Palazzo onde você encontra várias lojas e, do lado de fora, uma cachoeira imensa e linda. 



The Venetian: uma imitação maravilhosa de Veneza, na Itália. A música, os restaurantes ao redor, o ambiente. Tudo lindo!


Não lembro na ordem os hotéis que visitei. Já de noite passamos pra dar uma olhada no vulcão do The Mirage. O "show" acontece a cada meia hora. Os matutos (euzinha) juram que é um vulcão de verdade. E ai fomos ver o show das águas do Bellagio - assisti duas vezes - uma ao som de Lucy in the sky with diamonds, The Beatles, e outra ao som de Your Song, Elton John. Lindo, lindo, lindo! Depois, o famoso Caesar's Palace (aquele onde gravaram The Hangover). <3 Minha gente... O hotel parece um mundo todinho. O casino é incrível, a estrutura, as paredes, o teto, as estátuas. 


Andamos um bocado ainda. Vimos o Hotel Paris - famoso pela réplica da torre. Não tem muito o que falar sobre os hotéis porque informações vocês acham em todos os sites na internet. No primeiro dia a gente foi pra casa cedo, por volta das 23:30, porque tava todo mundo morto de cansado e querendo acordar cedo no outro dia. No sábado, 8:30 a gente já tava batendo perna. Joguei $1 no casino do Hotel Stratosphere e ganhei $2, que joguei de novo e perdi. Mas pelo menos posso dizer que joguei em Las Vegas! Hehehe.


Passamos o dia rodando. No final da tarde, fomos ao tão sonhado Welcome To Fabulous Las Vegas Sign. Andamos feito condenados pra enfrentar uma fila e encontrar gente de todo tipo - inclusive recém-casados. Compramos o ticket de $8 do ônibus pra aproveitar no outro dia já que íamos embora. Visitamos o New York-New York, Excalibur e Mandala. Ganhamos ingresso para ver o Martin Garrix no Hakkasan no sábado. Dominika teve que ficar no hotel por ser menor de idade. A boate era um sonho, mas parecia mais um clube secreto com tanta burocracia na entrada. Voltamos pra casa de ônibus às 3h da manhã e quase morri sufocada de tão lotado que tava.


Uma das coisas maravilhosas em Vegas é o preço. Tudo é muito barato, sem falar que os impostos são mais baixos que em L.A. Esses souvenirs que a gente adora comprar são uma pechincha. Mas se você pretende tomar todas em uma boate, boa sorte. Uma cervejinha é $10. As ruas são mais movimentadas à noite - durante o dia o pessoal tá se curando da ressaca.

No domingo, acordamos cedo de novo pra aproveitar a metade do dia, já que o ônibus de volta tava marcado pra 14h. Eu e Dominika andamos um bocado ainda, enquanto André e Angie ficaram morgando - ela no McDonalds do lado do hotel, ele no quarto assistindo jogo de futebol (boring!!!). 11h fizemos o check-out e fomos conhecer o nosso hotel, né? Deixamos por último por justamente termos tempo de sobra pra ficar por lá. Todo mundo tava fazendo check-out e check-in, então o hotel tava lotado. 

Descrever minha viagem pra Vegas é uma coisa praticamente impossível. Estar lá, andar nas ruas de madrugada, ver as luzes. É tudo igual aos filmes. Já tô perto de voltar pra casa e, pela primeira vez, posso dizer que não quero. Quero ficar aqui. Quero ir pra Las Vegas de novo. Quero passar mais tempo aprendendo e treinando e me perdendo e ficando louca com as manias dos asiáticos. Quero voltar um dia, porque eu sei que eu não poderia ter escolhido lugar melhor para passar os dois melhores meses de minha vida. E casar? Só se for em Las Vegas!


14 de outubro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - Nova casa e Malibu Beach.

Sábado (11/10/2014)

Eu sei que eu reclamo demais, mas tenho um karma que benza Deus, viu?! No sábado acordei às 8h. Conferi tudo umas trezentas vezes e às 9h em ponto eu estava prontinha pra dar tchau aquele lugar cocô. Chamei o Lyft - dessa vez foi uma motorista mulher que, assim que soube que eu era brasileira, começou a sambar no carro. De Hollywood para Mid-Wilshire levou cerca de uns 20 minutos, porque o trânsito tava bom. No total foi $26. Achei carinho, mas ok, sobrevivi.

Cheguei na casa de Larry às 9:30. Bairro nobre, pelo que deu pra ver. As casas são verdadeiramente americanas, como nos filmes. Esperei 40 minutos na porta, toquei a campainha mil vezes e nada. Dai Larry aparece e diz que não me ouviu bater. Ok. Ele é um cara negro, talvez com seus 40 e poucos anos. A simpatia em pessoa. Super educado e divertido. E religioso. 

As filhas estavam dormindo, então ele foi me mostrar a casa. Uma mansão. Sério, me perderia fácil (inclusive sempre acho que o banheiro é a cozinha). Dois quartos no térreo, três no primeiro andar e um quarto enorme ao lado da garagem. Cozinha, área de serviço, quintal gigante (onde ele faz churrasco quase toda noite), uma sala de tv (com uma tv maior que meu quarto), sala de visita e um escritório. Acho que não esqueci nada. 

Uns vinte minutos depois conheci Patty, a esposa dele. Super jovem e legal, mas mais reservada. "Breakfast at 7:30, dinner at 8pm. Laundry only on Wednesdays after 6pm." Meu quarto fica ao lado do banheiro, tem duas camas de solteiro e um closet. E tv a cabo. E wi-fi. A casa em si é uma bagunça, mas eu nem me importo porque agora sim sinto que isso é um lar. Conheci as meninas na noite do sábado. Peyton (14) veio no meu quarto se apresentar e depois as outras duas vieram. E depois uma cambada de criança, os primos delas. Na verdade, são duas irmãs e uma sobrinha que vive aqui com eles. A gente conversou um pouquinho e depois elas foram pro quintal e eu fui dormir.

Domingo (12/10/2014)

Malibu, CA. Pegamos o ônibus pra Santa Monica Beach (9:20) - no meio do caminho, tivemos que descer e andar até Beverly Hills pois a Santa Monica Blvd estava fechada para a Aids Walk. Eu já tava quase desistindo. Chegamos em Santa Monica por volta das 10:30. Pegamos o ônibus para Malibu. 




O que todo mundo sabe sobre Malibu: Two and a Half Men. As "casinhas" na beira da praia (e eu imaginando um tsunami)... Na verdade, chegamos lá 11:30 e fomos conhecer o Pier - que nem se compara ao de Santa Monica, mas é bonitinho. Não tem muito o que se olhar. Andamos para tentar ir a Malibu Beach, mas quando parei uma mulher pra perguntar como chegar lá, ela me respondeu: "Malibu Beach é tudo isso. Não tem um lugar específico. Tudo é Malibu." Ok, né?! Então, encontramos um lugar chamado Malibu Lagoon State Beach. Não sei explicar direito, mas é como se o oceano fosse de um lado, o lago de outro e areia no meio. No lago, cada peixe do tamanho de um tubarão! E um monte de pássaros que não sei o nome. Lindo! Sério, valeu a pena todo o sofrimento. 



Ficamos por lá até umas 16h e depois fizemos o mesmo caminho de volta. Foi cansativo pra caramba, mas valeu a pena. Minha tristeza aqui é não poder ir a todas as praias, como Manhattan Beach, Hermosa Beach, Laguna Beach e etc. Tudo é muito longe e alugar carro não é difícil, mas é custo e de ônibus não compensa. Mas pretendo voltar aqui um dia, ora. 

11 de outubro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - Um mês!

Já comecei a contagem regressiva pra voltar pra casa. Se tô ansiosa? Desde que cheguei aqui, todo mundo sabe. Parei de escrever um pouco porque tava tudo corrido e não fui para lugares diferentes, dai, nada tão novo que eu já não tenha contado aqui. Então, a vida com Rachel não melhorou. Essa mulher não gira bem, tenho certeza. Ela me enrolou pra tudo - essa semana, marquei com ela de ir lavar as roupas. Cheguei em casa mais cedo na quarta porque ela me disse, no dia anterior, que a gente tinha que ir cedo porque demora um pouquinho pra lavar e secar. Ok. Cheguei às 17h e bati na porta dela. "Vamos daqui a pouco!" Ok. 18h. "Vou só comer algo e vamos." 19h. Lavou louça, atendeu telefone. 20h. Se trancou no quarto. Bati e ela não respondeu. 20:30. Ela vem no meu quarto: "Pronta?" ÓBVIO que não. Falei pra ela que tava esperando há três horas e ela me vem toda cara lisa dizendo que tava cansada e teve que resolver coisas e todas as desculpas que ela sempre dá.

Pra mim foi o limite. No outro dia (quinta-feira) fui na escola reclamar. Falei que queria mudar, que não aguentava mais viver com uma mulher que não limpa a própria casa e não tem respeito pelos estudantes que recebe. No começo eu até tinha pena e tal, porque ela precisa do dinheiro. Mas ai me dei conta de que ela só é preguiçosa. E ai que na quinta de tarde eu já tinha meu novo endereço. :) :) :) O bairro se chama Mid-Wilshire. 45 minutos de ônibus e andando um pouquinho até a escola. Pra mim tá ok, consigo sobreviver. O ruim é que o dinheiro que eu economizava do ônibus agora já era ($25 por semana - você pode usar o transporte público quantas vezes quiser, é só colocar esse valor no tapcard). 

E como falar pra Rachel que eu mudar? A escola ficou de ligar pra ela e a justificativa que usamos foi: tenho amigos que vivem na vizinhança, então é melhor pra minha experiência e tal. Na verdade, Rachel não vai mais receber estudantes aqui por um bom tempo. A escola vai reavaliar a situação dela. Eu até deveria me sentir mal, mas poxa, paguei caro pra caramba e a mulher só dorme; não conversa comigo, não faz as coisas que diz que vai fazer, só me enrola. Agora ela que se vire. E é por isso que ela ficou virada no cão quando eu fui dizer que ia me mudar amanhã (sábado) de manhã. Me perguntou porque, disse que agora ia ficar sem dinheiro até o fim do mês por minha causa. Super nervosa a doida. E eu fui firme e disse que tava no meu direito. Que sentia muito, mas que não podia fazer nada e esperava que as coisas melhorassem pra ela. Pi-ra-da.

Agora só torcer pra minha nova casa ser boa - pelas fotos que vi, é um casarão. Pela descrição da escola, vou morar com Larry Solomon e sua esposa e suas duas adoráveis filhas adolescentes e seu pequeno yorkshire. Deus abençoe.

American Horror Story Freak Show Premiere (05/10/2014)


Até que enfim consegui ir a uma premiere durante o dia! Nesse domingo, fomos para Santa Mônica Beach cedinho e ficamos lá até umas 15:30. Pegamos o ônibus e voltamos pra Hollywood, onde chegamos umas 17h. Claro que a rua já ia está fechada e as pessoas já estavam loucas esperando o cast chegar. Dai que o alvoroço começou por volta das 17:40. O Ryan Murphy foi o primeiro a chegar, depois a Jane Lynch (Glee) e ai o pessoal de AHS. E ai o primeiro a vir para o lado onde estávamos foi o Denis O'Hare. O negócio é: tá em Hollywood e quer ir pra uma premiere? Vá cedo. Os famosos geralmente vão pra pertinho das grades, dar autógrafos e tirar fotos. Eles são super simpáticos e fofos. E nem parece aquela loucura de gente querendo derrubar a grade. É super tranquilo. Acho que é tão normal pro pessoal daqui ter isso que eles nem se dão ao trabalho de ir lá, portanto, só turistas.

























A Sarah Paulson (mais conhecida como Lana Banana, 2ª temporada) veio pro meu lado e foi uma fofa. Me deu autógrafo e um monte de sorrisos. E a burra aqui tava tão nervosa que nem teve a iniciativa de pegar o celular pra fazer uma selfie. E o que falar do Evan Peters e da Emma Roberts, gente? <3 A Emma é linda e incrivelmente simpática. Ela não veio pro lado que eu tava, mas mesmo assim abraçou todo mundo no lugar que ela tava. Os seguranças não saem do pé, mas é só coisa de praxe, porque o pessoal também é super educado.

























A Jessica Lange foi a última a chegar e acho que uma das poucas que não foi falar com o público. Acho que por ela ser tão maravilhosa, sei lá, imaginou que alguém fosse tentar atacá-la (e eu nem tô sendo irônica. Ela é maravilhosa mesmo!). Fomos embora umas 19h. E só no outro dia descobri que a maior parte do elenco de Glee tava lá, tipo a Lea Michele e o Darren Chris. :( Perdi! 

Alexander and The Terrible, Horrible, No Good, Very Bad Day (06/10/2014)


Existe um site que a gente pode ver todas as premieres que vão acontecer em Hollywood e nas redondezas. Foi assim que eu soube que ia ter a desse filme que, no início, eu não sabia nem sobre o que era. Descobri que é baseado num livro. Descobri que é a nova comédia da Disney. Descobri que o Steve Carell e a Jennifer Garner estão no elenco. E descobri que começaria às 17h.

Chegamos às 15:30 e ficamos no melhor lugar possível: na grade ao lado do red carpet!!! Então, todo mundo que chegava ia lá dar uns autógrafos e fazer umas selfies. E foi assim que consegui uma foto com o Dylan Minnette (lembrei do Dylan em Lost - ele fazia o filho do Jack) e com o Steve Carel. O Dylan foi maravilhoso. Parecia meu melhor amigo! Pediu até desculpas pela letra feia no autógrafo. O Steve foi super simpático também, tirou foto com todo mundo, mas não muito falador. Consegui autógrafo de quase todo o elenco também - inclusive do guri que faz o Alexander, mas como não tinha visto nem o trailer antes de ir e não prestei atenção no cartaz do filme, não me toquei que era ela e nem pedi foto. Burra!



A Jennifer Coolidge tava lá, meu povo. Pra quem não sabe: a mãe do Stifler em American Pie (agora todo mundo sabe!). Ela tentou falar com todo mundo, mas os seguranças não deixaram, então ela pediu desculpas e foi pro red carpet. Ela é incrível! Exatamente como a gente vê nos filmes e, no meu caso, seriado (ela faz a Sophie em 2Broke Girls <3). 


Tinha muita criança por ser um filme da Disney, claro. Com a Jennifer Garner também foi impossível tirar foto - primeiro porque ela parou no meio da sessão de autógrafos pra atender uma ligação e passou bem uns cinco minutos. Depois ela ficou só do lado esquerdo e a gente tava do lado direito da grade. :( Terminou cedinho e a gente ainda ganhou ingresso pra assistir ao filme amanhã no El Capitan. Yay! As premieres acabaram por agora. Em novembro e eu já vou tá longe: Jogos Vorazes :(((((((((((((

30 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - On the road.

Se eu comparar meu primeiro texto sobre L.A. e esse de hoje, posso dizer uma coisinha: até que eu ia gostar de ficar mais que dois meses aqui. Uma hora você se acostuma com a calçada da fama, os milhões de asiáticos em Hollywood, os espanhóis conversando e você sem entender nada... Tudo vira algo normal e rotineiro. O fim de semana foi incrível (eu uso muito essa palavra pra definir as coisas por aqui, né?). Então...

Sábado
Semana passada eu ia sair pra night, mas com o resfriado acabei ficando em casa (contei isso aqui?). Daí que Laura e Angie saíram com duas brasileiras casadas e, no sábado, uma delas, a Patty (de Vitória/ES) pegou a gente pra turistar - ela tem carro, então, imaginem o quanto a gente rodou a cidade. Patty é advogada e mora aqui há uns treze anos. Ela e a esposa estão juntas há algum tempinho. Patty foi ótima comigo - conversamos em inglês, claro, mas ela disse que antes de eu ir embora ia cozinhar bife acebolado e farofa pra mim! 

Fui almoçar com Angie no McDonalds em Holywood e, para falar a verdade, não estava com a mínima vontade de sair à tarde. Patty queria ir pra algum museu e depois Venice, alugar uma bike por lá e pedalar um pouco. O que realmente aconteceu: começamos com o Griffith Observatory. O Griffith fica nas alturas, literamente. Você consegue ver toda a cidade de lá e é uma vista L-I-N-D-A! Estacionamos um pouquinho longe porque era difícil conseguir vaga no estacionamento, já que era um sábado a tarde e estava lotado. Andamos uns oito minutos até chegar lá, mas foi bom. Gente indo e voltando, um friozinho de tremer os dentes...
























 


O bom de Los Angeles é que sempre vai ter algo gratuito pra você fazer, ou seja, não precisa torrar a grana aonde estiver. No Griffith não pagamos nada para entrar. Lá existe um planetário, com pedaços de meteoritos, exposições, experimentos, etc. É maravilhoso! É parada obrigatória pra quem vem pra L.A. Passamos uns quarenta minutos por lá - o tempo passa voando. Desistimos de Venice e fomos para: Long Beach. Uns quarenta e cinco minutos de carro de Hollywood. Em Long Beach se encontra o segundo maior porto de contêiners dos Estados Unidos. É pelas bandas de lá que você encontra o Acquarium e o Queen Mary - este último vi de longe, nem tirei foto. Você precisa pagar pra entrar e não acho que seja necessário. É igual ao Titanic. 



Fomos ao Korean Bell of Friendship que, cara, cara, cara!!!!!!!!! É demais! O oceano ali do lado e todas aquelas famílias fazendo piquenique, soltando pipa, casais dando uns beijinhos. É lindo! Mas vá preparado: o frio é de congelar até o cérebro. Fica localizado em San Pedro, do lado de L.A. - uma das coisas daqui é que, na verdade, L.A. é minúscula. Ela só é rodeada de pequenas cidades que, na cabeça das pessoas, formam uma cidade só (Los Angeles). 

Domingo
Shopping!!! Yay! 
Às 8h da manhã eu já tava esperando o metrô para ir pra Union Station em Downtown. O metrô tinha mais turistas que pessoas daqui, mas foi tudo tranquilo. Claro que me perdi na Union Station e Angie teve que me procurar. Às 9h já estávamos sentadinhas esperando o shuttle (free). 9:30 e embarcamos. Demorou cerca de 1h pra chegar no Citadel Outlets - é fora da cidade e o trânsito tava mais ou menos. 

Às lojas só abrem às 10h, portanto, às 10:15 não tinha quase ninguém. Tomamos café da manhã por lá - leia-se: comi uma suposta omelete no subway que tava mais pra borracha que comida. Saudades, Subway Brasil. E ai demos início às compras. Ponto importante: a gente pensa que outlet é feira - tudo barato, quase de graça. Não é. Ok, no Brasil tudo é extremamente mais caro, por isso quando vemos algo R$ 100 mais barato enlouquecemos. Mas não é assim. As coisas continuam caras. Baratinho mesmo só Kipling (e, como tinha muito turista, as bolsas estavam misturadas e restavam poucos modelos), Calvin Klein e Tommy Hilfiger. Mas o resto? Compra no Brasil ou numa loja em Hollywood que dá quase no mesmo.

Outra coisa: um dia não foi suficiente para ver todas as lojas. Sério! Ficamos lá até às 16h e só conseguimos olhar umas cinco ou seis. Não consigo entender como brasileiro vem pra América fazer a feira e muambar quando volta. É porque brasileiro é besta - besta quem compra de quem compra aqui, na verdade. 

Voltamos pra Union Station e pegamos o Lyft de novo. Gente, vocês precisam vir pra cá só pra usar o Lyft. É divertido demais! Dessa vez foi o Eddie. Ele é um compositor que gosta de hip hop e ama bossa nova. Ele ganha algum dinheiro escrevendo músicas e trabalhando no Lyft. A gente conversou e riu o caminho todo (vinte minutos). A parte boa é que a conversa rola solta e você vai aprendendo mais e mais. Tô viciada nesse negócio. Queria ter dinheiro pra usar todo dia.

Cheguei em casa às 18:30 e ainda tive que estudar um pouquinho pro teste de segunda que foi facinho. A tarde foi tranquila - Angie nos apresentou a nova host sister dela, Dominica, da Eslováquia. E ai fomos nós três e André andar por Hollywood. E ai acabou o dia. Tô cá empacotada congelando. E, como Rachel diz: "se prepare pra tudo. Você nunca sabe o que esperar do tempo em Los Angeles!"

27 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - Clueless, bonecos de cera e go Dodgers!

Essa semana foi mais tranquila. Angie (Taiwan) chegou - ela está com a mesma host family que Laura estava e ficou na minha classe. Fizemos amizade com dois alemães - parece que os alemães são os mais amigáveis por aqui. Laura foi embora ontem e eu fico me perguntando o que fazer sem ela aqui, já que ela era minha guia. Mas, como disse Angie, eu e ela podemos nos perder juntas. 

Beverly Hills e Rodeo Drive

                                                                         



















Como eu já disse, é muito melhor fazer as coisas por sua conta própria e não esperar pela escola. Eles são bem desorganizados. Eu, Laura e Andreas (não sei se é assim que se escreve o nome dele, mas ele é alemão e está aqui por duas semanas) pegamos o ônibus para Beverly Hills e acho que demoramos uns vinte minutos pra chegar lá. Descemos logo ao lado do Beverly Hills sign (o maior, porque também tem um bem famoso mas é só uma plaquinha). Beverly Hills é realmente como nos filmes - as ruas são limpas e calmas, as casas são fofas e gigantes e, ao que eu vi, as pessoas não se preocupam em não ter cerca elétrica ou um portão na entrada. Eu amei. Andamos um pouquinho pela rua e depois fomos para Rodeo Drive.


























Cara... chega a ser cômico. As lojas são vazias, preenchidas apenas pelos vendedores. Talvez por ser uma terça-feira (ou segunda? Não lembro mais) os famosos não façam compras. Mas as ruas: turistas até umas horas. Sério, em todo buraco. Rodeo Drive é pra quem tem dinheiro e gosta de esbanjar. Pra conhecer é legal, mas não é um lugar que você precise ir mais de uma vez. Mas você precisa ir. 

Madame Tussauds Hollywood


Não, sinceramente não vale a pena. O preço original é $30. Dai se você passear um pouquinho ali perto da estação de metrô Hollywood/Highland vai achar um stand onde o pessoal tá distribuindo panfleto com 50% de desconto pro museu. Preste atenção: tem o panfleto de desconto de $5 e outro de 50%. Mesmo assim, não acho que valeu a pena. A parte assim que "compensou" foi que eles nos levaram a uma sala de cinema para assistir a um pequeno filme de The Avengers (versão desenho). E ai foi super legal porque, além de ser 3D, tinha aquele negócio de jogar água, cadeiras tremendo, etc. 

Eu, Laura, Andreas, Angie e André.
Mas pelos bonecos? São poucos. Quase nenhum é realmente parecido com a pessoa da vida real - gente, o Brad Pitt não tem nada a ver com ele. Nadinha! O Robert Pattinson até que um pouquinho, mas logo no início da carreira. E a Beyoncé que tava mais pra Jennifer Lopez?! (Não digam que eu só reclamo. Tô sendo legal ao dizer a verdade a vocês e vocês não precisam gastar dinheiro com isso). 


























Let's go, Dodgers!
Você tá nos Estados Unidos e ok, vamos a um jogo de baseball. Com a escola, compramos ingressos por $15. Até ai tudo bem. Bom, pegamos o metrô até LA Union Station e de lá pegamos um shuttle gratuito para ir ao Dodger Stadium. De novo, ok. Saímos da escola às 17:30 e o jogo estava marcado para 19:10. Chegamos ao estádio 19h. A responsável da escola que nos levou lá disse: "Bom, aqui estamos. Cada pessoa senta onde quer porque, na verdade, não tem lugar marcado pra ninguém. Qualquer coisa, me liguem." E pá, desapareceu. Certo, somos adultos. Mas somos turistas. Sentamos num lugar alto e relativamente bom para ver o jogo. Souvenirs? Só se você realmente for fã - $31 dólares num boné não é pra mim.




O frio tava de matar. Fui da saia e levei um casaquinho, mas mesmo que nada. O jogo em si não tem NADA de emocionante. O legal é a plateia gritando, batendo palmas, comemorando. E gente famosa, claro. Josh Henderson (da versão atual do seriado Dallas - que eu amo, amo, amo e ninguém mais assiste) estava lá. Eu tava olhando o celular (eles têm wifi!!!) e Laura me mandou olhar para o cara bonitinho no telão. Quando vi, gritei, é claro. E também tinha um tal de George Lopez que eu nunca ouvi falar, mas é bem famosão por aqui.

Josh Henderson - essa foto não é de ontem, mas é só pra vocês saberem quem é ele. <3

A volta foi o que me atormentou um pouco. Um jogo de baseball aqui demora mais ou menos três horas. Saímos 21:30 pra não pegar o trânsito infernal. Voltamos para a Union Station de shuttle também. Chegando lá, tentamos o Lyft. Bom, o Lyft é um app. Funciona como um táxi, mas beeeeem mais barato. O que eu pagaria uns $25 + gorjeta, saiu por $8 + $4 de gorjeta (você não é obrigado a dar gorjeta no Lyft). Você se cadastra no app, coloca o número do seu cartão de crédito (nada de dinheiro vivo) e solicita o carro quando precisar. Ele mostra a foto do motorista e do carro. Na Union Station, o nosso chegou em 3 minutos. Fui com Laura e Angie até a casa delas porque fiquei com medo de esperar ou de voltar completamente sozinha. Tive um susto quando vi o motorista - um cara super novo! Ele falou que faz isso pra ganhar um dinheiro extra. É super fácil: se você mora em LA e tem um carro, pode fazer parte do Lyft. 

Quando chegamos na casa de Laura, solicitei o meu. Foi um coreano super gente boa. Eles ficam puxando assunto, contando da vida deles, etc. É ótimo e vale a pena, gente! Sem falar que é seguro e você pode solicitar a qualquer momento - inclusive durante a madrugada. E o melhor: você aprende também. Porque você tem que conversar em inglês e é mais um aprendizado. Cheguei em casa em poucos minutos e, até que enfim, descansei.

Uma musiquinha pra entrar no clima da Califórnia: