19 de janeiro de 2013

sem título [2]

Eu poderia escrever só sobre sábados à noite, em que eu escuto música triste, como bolo de chocolate e assisto algum filme em que alguém vai morrer no final. Minha vida não é essa depressão toda, sabe? Com certeza eu dramatizo a maior parte, mas eu sei que tem gente na pior, como aquela moça que tava vendendo chaveirinho na lanchonete ontem. Mas nesse momento eu tô chorando ouvindo Flightless Bird, American Mouth porque eu gosto mesmo de derramar umas lágrimas num sábado parado e cheio de tédio. O que eu queria dizer é que enrolo demais escrevendo porque, na verdade, eu não sei o que escrever. Ou eu sei, mas não sei como, porque o que eu quero dizer nunca sai do jeito certo e eu fico confusa e acabo confundindo quem lê. E eu tô repetindo tudo, não é? Me desculpa. Nesse momento eu tô só procurando alguém pra conversar porque eu tô sem ninguém, sabe? A gente é rodeado de todo mundo, mas todo mundo parece não querer escutar. E eu nem consigo falar mesmo, porque eu só consigo digitar rápido e deixar sair tudo confuso e louco porque eu acho que sou louca e até tô esquecendo as vírgulas. Acho que tô nervosa, deve ser por isso que essas lágrimas tão caindo, mas eu tô limpando pra disfarçar, porque se meu irmão ver vai me chamar de estranha mais uma vez ou de anormal, e eu sei que não sou nem um nem outro. A música tá tocando pela sétima vez e eu continuo procurando alguém legal pra conversar, mas acho que ninguém quer me ler. Ou me ouvir. Ou me olhar por uns minutinhos enquanto eu choro porque eu tô precisando falar, mas eu não quero falar, eu só queria um abracinho qualquer, um afago na cabeça e um sorrisinho engraçado me mandando deixar de ser louca. Mas eu acho que só vou ficar lendo textos tristes, ouvindo músicas tristes e sem ninguém pra conversar. 

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