18 de fevereiro de 2016

"Let your heart run child like horses in the wild."

"Achava que você ia ficar por mais tempo", eu disse, iludida. Iludida por todos os romances que eu li e todas as coisas ridículas que ele me falava. Quando vi que ele já estava indo pra porta, me deixando sozinha naquela quarto que nem mais parecia ser meu, eu sabia. Sabia tanto. Sabia que era perdido responder àquelas mensagens em que ele dizia que sentia minha falta. Que não adiantava atender às ligações porque eu ia ceder. Que abrir os braços pra recebê-lo como eu sempre fazia era só mais uma forma de mostrar que eu ia estar por ali sempre, mas que ele ia permanecer nessa de ir e vir. Qual era o meu problema, afinal? Por que eu achava que não podia ser forte e seguir em frente na vida? Mas bastava ele soltar um "ei, queria te ver..." que eu já esquecia todos os motivos pelos quais eu tentava me afastar. Acho que os livros acabaram me deixando com a cabeça cheia de vento e clichês ambulantes. Mas eu queria que ele ficasse mais um pouco. Eu até poderia cozinhar algo, e juro que prestaria mais atenção pra que não ficasse cru ou queimado demais, porque parece que eu não tenho controle de nenhuma das minhas ações. Mas eu também queria pedir pra ele ir embora e não voltar mais. Pra me deixar em paz porque, talvez, só talvez, eu conseguisse ignorar as mensagens e os telefonemas e a vontade enorme de dizer "vem, tô esperando". Só que é meio que impossível agir assim quando você não sabe lidar com tudo aquilo que tem dentro do peito. Porque tudo parece errado e ele chega e tudo fica certo e no seu lugar. Menos eu, que fico deslocada por saber que hoje poderia durar uma noite, uns três dias, quem sabe um mês, mas durou poucas horas.

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