22 de setembro de 2014

Diário de viagem: The city of angels - dias 6, 7 e 8. (19, 20 e 21/09/2014)

Cada diz que passa fica mais difícil achar tempo pra escrever. Talvez quando Laura for embora, eu passe mais tempo em casa e menos tempo turistando. Mas por enquanto tá bom assim. Rachel tá mais sociável. Sobre o episódio da água: eu conversei com ela e perguntei se aqui as pessoas realmente tomavam água da torneira e ela disse que sim. Então combinamos de que, por enquanto, eu tomaria da torneira (a água é limpa o suficiente pra que a gente não morra quando beber) e, quando ela fosse ao supermercado, eu a ajudaria a carregar as coisas (pois, segundo ela, não dá pra comprar água porque é pesado demais pra ela carregar. Ok, né...)

Santa Monica Beach / Pier (sexta-feira)



Não consigo pensar em algo que descreva a beleza de Santa Monica. As ruas são limpas e organizadas. Claro, como em qualquer lugar por aqui, tem mendigos. Mas é tudo tão bonito!!! O pier... Não dá. Simplesmente não tem como. Se eu tivesse que viver em um lugar da Califórnia, seria lá. Aqui é muito comum ter artistas de rua a cada dois metros. E alguns são realmente bons. No metrô, por exemplo, tinha um cara tocando violão e cantando Beatles. Um hipster, digamos. E ele era muito bom. Pena que os policiais o impediram de continuar tocando. Acho que a vida fica melhor quando você anda pelas ruas e escuta músicas boas, cantadas por pessoas que não são doidas e estão apenas tentando ganhar o pão de cada dia. 

Fomo eu, Laura e Timon (um alemão que vai passar 6 meses aqui). Almoçamos fast food, claro, e andamos um bocado. Chegamos lá por volta das 14:20, porque o ônibus de Hollywood pra lá demora uma hora e meia. O transporte daqui pode não ser dos melhores porque os ônibus não vão para todos os lugares, é caro ($1,75) e demoram demais para passar. Durante a "viagem", um cara bem louco sentou do meu lado e ficou tentando puxar conversa. Eu fingi que não falava inglês e ignorei. É assim: ou você ignora ou se arrepende depois.

A melhor parte: chegar lá e ouvir "Tic Tic Tac (Bate Forte o Tambor)". No Brasil, talvez os filmes cheguem tarde e sejamos atrasados em algumas coisas. Mas os americanos precisam se atualizar um pouquinho na música brasileira, certo? Se bem que é melhor Carrapicho do que Anitta.

Na Third Street Promenade, lojas e mais lojas. A loja da Apple parecia um inferno de tão lotada, todo mundo querendo ver os novos iphones. Comprei um vans por $49 (caro? Não consegui achar mais barato por aqui). O que eu mais gosto de entrar nas lojas é que você realmente não é obrigado a comprar nada. Você entra, eles te olham de forma simpática, você olha, não compra nada, vai embora e eles ainda dizem obrigado. Eu amo isso. 

Nesse dia cheguei em casa às 20h. Foi a primeira vez que andei por Hollywood durante a noite. É um pouco assustador, mas ao mesmo tempo tranquilo. As ruas estão sempre lotadas - menos a que eu moro, e foi por isso que eu fiquei meio nervosa. Não é tão bonito quanto durante o dia, que você pode ver tudo. 

Warner Bros. Studio VIP Tour (sábado)


Essa é outra coisa que eu não consigo dizer o quão incrível é. Uma nota de 0 a 10, seria 20. Vale a pena. Se você vier um dia pra Los Angeles, não deixe de fazer esse tour. Como compramos três ingressos, ganhamos um pequeno desconto (de $54 ficou por $52 para cada - esse tour dura duas horas e quinze minutos). Nosso tour estava marcado para às 11:45, mas como íamos de ônibus, chegamos bem cedo - 9:50. Eu não sei explicar se a Warner é uma rua inteira ou um bairro inteiro. Mas é gigante. Até a hora do check-in, ficamos olhando a lojinha - absurdamente cara, mas maravilhosa. Tiramos fotos com tudo, principalmente com as varinhas de Harry Potter. 

Depois que você faz o check-in e recebe o ticket, 10 minutos antes eles te encaminham para uma sala que é como um mini cinema. Lá eles passam um curta sobre a história da Warner Brothers e etc. Daí você vai para o carrinho e a magia tem início. Nossa guia perguntou quais eram nossos seriados e filmes favoritos - acho que éramos, ao todo, umas 12 pessoas. Não sei se o fato de ser um sábado explica a ausência de gente nos sets, mas ok. Não existe exatamente um cenário fixo para determinado seriado. Uma casa pode ser usada em várias séries e episódios. O que vimos, na maioria, foram os sets de Hart of Dixie e Pretty Little Liars - a coisa é mais mágica quando você assiste ou assistiu algum deles (no meu caso, foi PLL - abandonei só agora na 5ª temporada). 

Nos sets de filmagem, no caso, PLL e The Ellen DeGeneres Show, não tivemos permissão para fotos. É simplesmente louco: você vê aquilo tudo na TV e, de repente, tá ali, do seu lado. Quando entrei no quarto da Spencer, quis chorar. Quis abraçar cada móvel e cada parede pra ter certeza que era real. 

 

Nos museus de Harry Potter e Batman foi que pirei. As roupas... Jesus Cristo, como é que eu escrevo sobre isso aqui? Só consigo pensar: "Oh, my God!!!!!" Os carros e motos usados pelo Batman em todos os filmes, as máscaras, etc. Sem falar que, quando cheguei ao Central Perk (Friends), meus olhos encheram de lágrimas. É tudo tão menor do que o que a gente vê na TV, sério, não caberia todo mundo ali. Você só podia sentar no sofá e a guia tiraria uma foto - a que ela tirou ficou péssima e eu pedi pra Laura tirar outra. 


Para falar a verdade, antes de irmos, eu e Laura ficávamos pensando: "ok, quando chegarmos lá, todos os sonhos serão destruídos." Que nada! Ver tudo aquilo faz a gente sonhar mais. Saber que cada pessoa famosa que a gente gosta já esteve ali, e sentou ali, e tomou um café ali, e conversou ali... Cara, é demais pra um coração só.

Consegui tickets para a gravação de 2 Broke Girls, no dia 7 de outubro. A Warner é bem perto daqui e ônibus para na porta, mas, o problema: você não pode levar nada - bolsa, celular, câmera, nadinha. E ai que começa 17h e deve terminar umas 21h, então, como voltar pra casa? Esse é meu dilema no momento, até porque os ônibus param de circular cedo e como ligar para um táxi?

O tour acabou às 14h e voltamos para a lojinha, sempre lotada. Brasileiros everywhere, inclusive. Foi o melhor dinheiro que gastei nessa semana. Cada centavo valeu a pena e, se eu tivesse o suficiente, faria de novo e de novo e de novo. Almoçamos no famoso In-N-Out - dizem que é o melhor fast food que existe e só tem aqui na Califórnia. Deve ser por isso que quando chegamos lá a fila tava do lado de fora e tivemos que plantar guarda pra conseguir uma mesa. A comida não demora a ficar pronta e, sim, é realmente delicioso! E barato! "Barato", né? Hambúrguer, batata frita e um copo gigante que você pode abastecer de refrigerante até ir embora por $7. 

Venice Beach (domingo)


9h eu estava na parada de ônibus. Você nunca sabe quando alguém é louco ou só está sendo amigável. Conheci um rapper/produtor musical que eu resolvi não ignorar porque fiquei com medo. Na verdade, ele foi bem simpático. Perguntou de onde eu era, conversamos sobre a Copa do Mundo (sempre!) e ele me contou do trabalho dele. Eu disse que tava indo pra Venice e ele me disse que tava indo comprar maconha e até me mostrou a licença para o uso medicinal. Ok, então...

Encontrei Laura na parada e descemos em outra para pegar outro ônibus direto para Venice. No total, levamos apenas uns 40 minutos para chegar à praia. Como descrever Venice Beach: cocô. Tava nublado no início do dia, o que não ajudou muito, mas o fato de o sol aparecer ao meio-dia também não teve muita influência. Turistas e mendigos por TODOS os lados. Pior que a Hollywood Boulevard. O letreiro com o nome da cidade é até bonitinho, dependendo do ângulo. Tem muitos artistas também e é como uma feirinha, eles vendem de tudo. O chamado Dr. Green para que você consiga autorização para o uso medicinal da maconha está em toda esquina - $30 ou $40. 

O cheiro de maconha e cigarro predomina no ar. Para um lugar que tem o oceano como ponto principal, é meio estranho não sentir o cheirinho de brisa do mar. Foi o lugar que menos gostei e, com certeza, não quero ir de novo. Existe um posto policial, mas você não vê policias. Nem surfistas bonitos. Tem muitos skatistas e pessoas andando de bicicleta pra cima e pra baixo. O sol, acompanhado do vento frio, é até bonzinho pra ficar sentado em algum lugar observando o mar - isso é se você achar um lugar tranquilo para sentar, porque todos estão ocupados pelos mendigos. É triste. No Brasil, nós sabemos da pobreza que existe. Mas aqui? É como se eles só mostrassem a beleza de tudo e, quando você chega, é aquele choque. Porque, sinceramente, é óbvio que existe pobreza em todo lugar, mas aqui é de forma até exagerada. Miss you, Brazil.

Tivemos que ir para Santa Monica para almoçar. Fomos a um restaurante italiano muito lindo (sério, de verdade. O banheiro parecia um museu de coisas antigas e raras). A garçonete explicou que, se pedíssemos uma porção pequena, seria suficiente para duas pessoas. Acontece que não entendemos direito e Laura acabou pedindo espaguete e eu uma pizza. A porção de espaguete dela dava para alimentar toda a população de Los Angeles (tá, nem tanto assim, mas com certeza alimentaria um sem teto por um dia inteiro - inclusive ela pediu que eles embalassem o que ela não comeu e deu para um cara que estava procurando comida nas lixeiras). Caro, caríssimo. Minha pizza com um copo de pepsi (gigante) + gorjeta saiu por $22 (que minha mãe não leia isso). Gorjeta não é algo obrigatório, é só educação. Eles até colocam quanto você deve dar, mas você pode dar menos. 

Voltamos para Hollywood para ir em alguma loja de souvenirs e, milagrosamente, uma estava em promoção: qualquer objeto por $5. Deu até pra comprar umas coisinhas. Quando saímos de lá, já era por volta de 17:30. No El Capitan, acontecia a premiere de Once Upon a Time. As calçadas estavam interditadas e era impossível enxergar algo, mas eu enxerguei. Foi a segunda premiere essa semana em Hollywood (a outra, na segunda, foi do filme This is Where I Leave You, mas só vimos o red carpet, o evento mesmo era só a noite). Outra coisa incrível. Vi a Jennifer Morrison e a Lana Parrilla e eu não sabia se ria ou se ficava mais chocada. As coisas realmente acontecem aqui. O Eion Bailey (Pinóquio no seriado) passou na minha frente e deu tchau. É surreal, de verdade. 

Everybody comes to Hollywood, yes. 

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