3 de junho de 2012

O céu lá de casa.


Acordei feliz. Quarta-feira é dia de ir embora. Dia de deixar todo o cansaço do semestre pra trás e aproveitar um pouquinho enquanto a idade não chega. Uma coisa legal de ter dois lares é que você sempre está indo pra casa. Voltando. E, sei lá, tem um certo reconforto na palavra "casa", e eu só aprendi isso depois que sai da dos meus pais. É tipo você ter tudo em dobro: dois céus, duas camas, dois quartos. Eu gosto daqui, das minhas coisinhas no seus devidos lugares, tudo do meu jeito. Mas eu gosto mais da minha outra casa, que é uma casa de verdade. Tem sofá, tem comida gostosa, tem pessoas na rua andando e se cumprimentando. Tem um vizinho mau humorado, tem minha vó esquecendo meu nome, mas que não do meu aniversário. Tem minha mãe, brigando comigo na maior parte do tempo, mas fazendo as comidas que eu gosto só pra me encher de mimo. Sabe, é desse tipo de coisa que tô falando. Aqui tem-de-tudo, mas não tem aquela gente que eu tô acostumada a ver, a abraçar, a observar. Serão quase dois meses de muito disso, dessas coisas que eu não sei deixar de lado ou desacostumar. Dessa vidinha parada e cheia de tédio, de amigos e família. Cheia de abraços e amores que acabaram de sair do forno, prontinhos para serem servidos. E eu, acostumada a chorar com as coisas que escrevo, tô aqui rindo feito gente boba, esperando o dia chegar. Ei, eu tô feliz!

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