2 de julho de 2013

"Eu disse oi, fica à vontade."

Resolvi limpar a casa. Os cômodos ficaram mais vazios do que antes, mas não mais vazios que eu. Pedi desculpas para mim mesma por ficar horas olhando para uma folha de papel, com uma caneta na mão e sem conseguir botar uma palavra qualquer para fora. Era triste porque eu me desiludi de qualquer inspiração que ousasse dar algum sinal de vida perto de mim. Saí com uns amigos, bebi, sorri, solucei, chorei e não gritei tudo o que eu deveria. Mas que porra de mundo é esse? Alguém tem que me explicar. Fui ao centro da cidade em alguma manhã de sábado, com um sol que mais merecia desaparecer do que queimar o que me restava de neurônios. Era gente correndo, esbarrando, passando na frente dos carros. Buzinas, barulho, poeira. O que me fazia chorar era saber que todo dia seria assim: mesma rotina, mesmas pessoas. E eu queria coisa nova, cara. Gente nova. Abraços desconhecidos que fossem mais aconchegantes que os antigos. Pedindo um sorriso como esmola. Deixar ir e deixar ser. Minha porta tá aberta. E eu não vou expulsar ninguém dessa vez.

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