8 de julho de 2012

Gostar.

Em grande parte do meu tempo (ou em alguma conversa com alguém interessante) eu sinto inveja daquelas pessoas que conseguem se expressar melhor que eu. Não, não é daquelas invejas maldosas que a gente vê por ai, é coisa pouca, coisa boba. Com um papel (ou um computador ou um celular) na mão, eu consigo dizer coisas que jamais imaginei que diria. Eu consigo me abrir. Descubro saber palavras que pensei que nunca frequentaram meu cérebro. Descubro sentimentos, medos, e até coragem. Coragem de falar aqueles sentimentos tortos que existem em mim, de te dizer as coisas mais ridículas e, quem sabe, engraçadas, porém verdadeiras. Talvez na hora de falar eu fique travada, e nervosa, e gelada. Talvez eu consiga sentar no teu colo e sussurrar ao pé do teu ouvido: "eu te gosto um bocado." E ai eu ficaria em silêncio e vermelha, por ter dito tal coisa, por ter aberto a boca pra falar algo que eu sempre escrevi no papel. Mas que coragem a minha! E você rindo de mim, como se soubesse o que eu estava pensando, como se eu estivesse falando em voz alta. Será que eu estava? Mas de que importava mesmo, não é? Quando a gente gosta não importa o tamanho do frio na barriga, a gente tem uma coragem danada, que aparece como mágica, fazendo tudo parecer fácil, tranquilo, bonito. Parece um sonho bom. E é.

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