Nove
dias que o ano começou e eu já senti meu estômago esvaziar e meu peito estufar
com tanta coisa. Odeio o fato do mundo girar rápido demais e eu não conseguir
fazer parar o tempo. A gente já acabou e começou tantas vezes que é só questão
de dias para tudo desencaixar de novo. E também se encaixar. Eu tenho essa
mania de achar que tudo vai acabar. Talvez seja meu signo ou talvez meus pais
me criaram com amor e apego demais. Às vezes parece que minha cabeça não para
por dois segundos e eu tenho um ataque de pânico bem no meio da rua. Mas aí eu
coloco na cabeça que vai passar, porque eu consigo dar conta de tudo. Só que eu
não consigo. Eu adio todas as responsabilidades e guardo todas as vontades e
estoco todos os planos e vou indo. Odeio ir. Odeio essa sensação de ir com a
maré e seja o que tiver de ser. Eu tenho que saber. Eu tenho que saber o rumo e
onde é a próxima parada. O que eu queria era tomar todos os remédios que me
apagam e me deixam dormir sem sonhar. O que eu queria era o descontrole de tudo
que tenho em minhas mãos. O que eu queria era saber o que porra vai ter no
amanhã e se vai ter algum amanhã.
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