8 de fevereiro de 2018

"What doesn't destroy you, leaves you broken instead."

Na maioria das vezes, eu queria me desculpar. Só que quando eu resolvia parar para entender, eu não sabia exatamente por qual motivo deveria pedir desculpas. Ou a quem. Minha terapeuta diria que a ninguém. Que eu não tenho obrigação nenhuma. Mas meu eterno senso de culpa diria que a qualquer ser humano que passasse por mim na rua. Ao velhinho que hoje achei que estava me ajudando a estacionar o carro, mas, quando fui agradecer, me deu uns gritos. Aos meus pais, por ser quem eu sou. Não acredito que eu seja um fardo, mas talvez eu seja aquela pedra no sapato que eles tentam chutar para fora e, ainda assim, continua grudada ali. Que inferno. Aos meus contáveis amigos, por nunca estar disposta. As coisas andam bem esquisitas. Parece que eu voltei a ter treze anos e só sinto aquela vontade de procurar objetos afiados e cortantes em qualquer lugar. Na verdade, eu aprendi que qualquer objeto pode se tornar afiado e cortante quando você precisa. A parte ruim é nunca saber do que eu preciso. Mas acho que, quando não se tem alguém semanalmente, com horário definido, para dizer repetidas vezes que você é forte e que tá tudo bem e que você vai ficar bem e que todo mundo tem problemas, o mundo vira de cabeça para baixo e você só quer gritar e chorar e perguntar porquê. Pelo menos posso me desculpar com você, por ter vindo até aqui perder cinco minutos da sua vida lendo todas essas baboseiras tristes que escrevo. Às vezes, eu só preciso disso. 

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