18 de agosto de 2019

"Who could ever leave me, darling? But who could stay?"

É muita estranha a sensação de respirar pelos outros. É como se meu corpo estivesse presente e minha consciência estivesse bem longe - mas não tão longe quanto eu gostaria de estar com ela. É uma eterna sensação de taquicardia sem a parte do descanse em paz. Eu não descanso. Mas eu parei de reclamar. Eu guardo meu choro porque é menos exaustivo do que ter que explicar para o mundo o que eu vivo em mim. É também um sentimento de mal agradecimento. Eu me sinto obrigada a agradecer o tempo todo. Eu, quem mais reclamava de tudo. Eu observo. E não me encaixo. Por que eu nunca me encaixo, mesmo depois de tanto tempo? Sorrir, acenar, concordar, me desculpar. Eu me desculpo por existir e por não conseguir parar. Me pergunto se a terapia ainda faria efeito. A voz dela em minha cabeça dizendo que eu não preciso de nada disso fica ecoando de tempos em tempos, mas consigo fugir. E me peço desculpas por isso. Pelo menos por uma vez, eu peço desculpas a mim mesma por continuar sendo tudo que eu nunca quis ser.

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