31 de outubro de 2010

Vida passa, passarinho.


E, talvez, se eu não me sentisse como uma senhora de 90 anos, cuja saúde não é nada admirável, eu poderia querer viver mais. Será possível que algum jovem já se sentiu assim? Tão inútil, fraco? Creio que não. A juventude era considerada a "flor da idade" mas, por favor, em mim nada mais são flores. Uma vez li: "felicidade nada mais é do que boa saúde e memória fraca." Confesso que minha saúde ainda anda nos trilhos, tirando as dores no estômago, nas costas e nas pernas. Incrível como me sinto tão acabada! Minha memória, tão querida memória, vive falhando, coitada, não chega mais a ser virtuosa como antes, se bem que, certos momentos, são preferíveis esquecê-los. Sinto a vida passar com asas, numa velocidade quase impossível de distinguir-se e, enquanto isso, fico sentada, piscando meus olhos, como se a esperasse acabar. Fico pensando: se já me sinto como uma pobre anciã, imagine quando eu realmente a for.

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