23 de dezembro de 2012

Crise dos 20 adiantada.

Eu não tenho um motivo específico para não gostar do Natal. Eu só fico triste, sempre. Sem que eu perceba, as lágrimas caem feito chuva forte. Na verdade, acho que não gosto de fim de ano. Não se pode desejar um verdadeiro feliz ano novo quando você sabe que as pessoas só irão envelhecer e passar mais um ano de suas vidas estressadas e rancorosas. Acontece que essa semana minha mãe e meu irmão comentaram que eu tô chegando perto dos 20 anos. São apenas poucos meses de distância e eu fico me perguntando o que fiz da vida até hoje. 

1. Saí de casa para morar com duas "amigas" e estudar Jornalismo.
2. Tive que me mudar e morar só porque a convivência com essas duas "amigas" não estava dando certo.
3. Voltei para a casa dos meus pais porque não aguentei morar só.

Me pergunto se o problema sou eu. Talvez eu não consiga conviver comigo mesma, e ficar trancada no meu quarto parece ser a melhor solução. Eu faço planos e mais planos e vejo que  talvez o meu futuro seja viver debaixo das asas da minha mãe porque, no fundo, eu não tenho coragem para nada. Eu sou cheia de medo do amanhã e queria me esconder debaixo da cama enquanto as pessoas falam como eu sou uma menina maravilhosa e dedicada, que vou fazer muito sucesso no futuro e que o mundo vai ser meu. Não vai não, minha senhora. Eu sou meia torta e assustada, gosto de escrever e de chorar com filmes e livros. Saio de pijamas para comprar comida na lanchonete da esquina, com um par de eternas olheiras e havaianas encardidas. O que eu tenho vontade? De ser alguém nesse mundo cheio de ninguém. Eu me sinto perdida e é por isso que eu choro na frente do computador enquanto escrevo esse texto sem sentido. O que me dói é que a cada passo dado eu não me sinto completa. Quando eu acho que isso ou aquilo vai dar certo, e dá, e mesmo assim eu continuo com um sorriso triste na cara porque ainda tá faltando algo. Meu irmão tem carteira de motorista e uma namorada. Eu tenho um bocado de livros na estante, uma parabólica que não funciona e cartas que nunca entreguei. As pessoas ao meu redor parecem felizes e inteiras e eu sou só um pedaço de mim.

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