26 de abril de 2018

"How to say goodbye in robot."

Eu não entendia metade das coisas que você falava. E não entendia porque insistia em tentar entender. Em alguns dias, eu queria ser um robô. Você não? Não acho que eu seja louca. Talvez o meu problema, que nem é tão problema assim se você parar para analisar a sociedade em que a gente vive e como as pessoas cada vez mais brincam em não ser pessoas, era que eu queria parar e continuar ao mesmo tempo. Você não desconfia das pessoas? Eu desconfio de mim, sabe. Quando eu grito minhas verdades na frente do espelho porque eu preciso que elas saiam da minha cabeça e se tornem cinzas. Elas não se tornam, infelizmente. "Infelizmente" é uma palavra que eu uso mais do que gostaria quando se trata da minha vida. Infelizmente eu errei um monte de vezes. Infelizmente eu não consigo fingir que gosto de algumas coisas (ou pessoas). Infelizmente eu não sei cantar e nem atuar, o que destruiu meu sonho de infância quando eu achava que ia ser uma grande artista ao usar o shampoo como microfone no banho. Infelizmente a gente prefere se esconder do que é bom e do que acha bom só para agradar os outros. Infelizmente a gente não dá tanta sorte assim. 

I keep wishing, reflexively, for a glimpse of the future, so I'll know what to do. But I don't kid myself. I have to feel my way forward blindly. I try not to be afraid. Even if you know what's coming, you're never prepared for how it feels.” 
How to Say Goodbye in Robot, Natalie Standiford.

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