13 de maio de 2012

Apego ao tempo.

A gente se apega às pessoas. A gente se apega a colo, carinho e poesia. A uma mensagem de "bom dia" ou qualquer coisa que te faça dar um sorriso bobo e sincero. A gente se apega até ao próprio apego, não quer deixar ir, não quer deixar o bicho voar. Ser livre. A gente se apega a saudade e, quando ela vai sumindo, mesmo assim a gente continua querendo e insistindo. Insistindo numa coisa que sabe que não vai voltar. Mas acaba vendo beleza em tudo isso. Não é fácil dizer "vai" pra quem a gente quer que fique, que se esconda debaixo da cama contigo até aquela ventania passar. Sei lá o que tenho na cabeça pra ficar deitada esperando que a vida me faça algum milagre. Sei lá o que penso que vai acontecer enquanto eu não abrir a porta e ir olhar o que anda acontecendo na rua. Sei lá o que acho que o vizinho vai responder quando eu cumprimentá-lo. Na verdade, eu não sei de nada, porque eu não procuro fazer nada. Eu fico deitada, abraçando a mim mesma, cheia de sonhos que se mostram como num filme. Talvez eu só esteja perdendo tempo. Eu poderia sair e observar as pessoas se amarem por ai, sorrirem, e ter histórias para contar. Poderia. Deveria.

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