11 de maio de 2012

Faltava sorte.

As coisas não iam bem. Não tava dando sorte, sabe? O problema era realmente a sorte, o diabo da sorte. Ia subir no ônibus, tropeçava; ia descer, tropeçava. Andando na rua, tropeçava. Cozinhando, cortava o dedo. Tomando banho, batia a cabeça em algum lugar. Era desgastante, cansativo, louco. Acho que não sabia escolher o caminho certo. "Talvez amanhã algo mude..." Mas não mudava. As coisas da vida não mudam assim, de um dia pro outro. Ou mudam. Mas não achava que fosse mudar. Sabe-se lá qual a coisa certa a se fazer. Era isso, empurrar com a barriga, deixar passar, levar com o vento. Olhar meio torto para os lados, sem saber se sorri para o cara estranho que passa ou para a mulher apressada. Olhar para o céu, cegando. Esperar uma chuva ou uma estrela cadente. Mas sempre esperar.

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