20 de maio de 2012

Mais saudade.

Sei lá, deu vontade de escrever alguma coisa. Deu vontade de voltar no tempo e ficar lá, me agarrando àquilo tudo que passou e que vai se apagando. "Ah, lembra daquele dia?" "Mas que dia?" Ai a gente esquece um nome, um dia, uma pessoa. Acho injusto isso de esquecer, sabe? Devia ter um cantinho no nosso cérebro onde todas as coisas ficassem guardadas, jamais sumissem, jamais fossem deixadas de lado. Tanta tecnologia no mundo e ainda não inventaram algo assim? Um chip ou um botão, mas qualquer coisa! As pessoas se deixam esquecer, se deixam levar pelos dias comuns. "Te ligo amanhã." E não ligam. Não mandam um recado dizendo da saudade ou "vamos marcar alguma coisa, sinto falta tempo." Eu rodo tudo e acabo escrevendo sobre saudade, sempre. Parece que domingo é dia de saudade. Parece que cama lembra saudade. Parece que tomar banho lembra saudade. Isso acontece com vocês também? Ou é só comigo? Às vezes acho que depois que comecei a morar só minha cabeça se revirou e eu fiquei com algum problema. Alguma coisa faltando. Mas é que falta mesmo... Falta almoço da família, mordida do meu irmão, minha vó me chamando pelo nome de uma prima, meu pai me acordando com um pulo em cima de mim, minha mãe brigando comigo porque não gosto de arroz branco. Essas coisas, que eu luto pra que fiquem guardadas naquele cantinho do cérebro. São as coisas que eu mais faço por onde não desaparecerem. Talvez eu as escreva num papel e guarde numa caixa, pra levar comigo, pra não soltar mais. Talvez eu só guarde no rascunho do celular. Talvez eu só guarde em mim, vai que funciona. 

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