31 de março de 2012

"Não vou me adaptar."

E com tanta gente me mandando mudar, com tanta vontade que eu tenho de mudar, mas eu não mudo. "Te ajeita, menina!", e eu não me ajeito. Continuo arrogante e chata, falando pelo nariz, rindo alto e de forma escandalosa. Continuo colocando, no mínimo, três palavrões em cada frase, como a menina delicada que sou. Sem fofura, sem charminho, mas com muito drama. Calça jeans, camiseta e havaianas pra ir pra faculdade ou pra qualquer lugar, lavando o cabelo dia-sim-dia-não. Meus olhos não se acostumam às lentes de contato, preferem o óculos azul que passa a maior parte do tempo sujo, já desisti de limpar. Não consigo parar de roer as unhas, nem de sentar feito menino-de-mato na cadeira da mesa de jantar (mesmo minha mãe reclamando o tempo todo). Comer coisas verdes, arroz e feijão, suco de alguma coisa estranha. Não sei voltar pra casa e não dormir no quarto do meu irmão. Não sei sentar no sofá e não me esparramar logo em seguida. Chorar por poucos minutos. Ver novela e não gritar com a tv. Vou continuar me ferindo sempre que usar a faca da cozinha. Ou me queimar usando a sanduicheira. Ô Deus, eu não me adapto a essa vida. É mimo, é chororô, mas eu não ligo. Eu vou morrer como eu me criei, porque eu me acostumei. E costume é difícil de largar, é difícil de deixar pra trás.

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