15 de março de 2012

Sobra espaço.

Eu sei que eu sou reclamona (e você que lê meu blog já deve ter percebido isso), eu sei que minha tpm não me deixa agir certo. Choro pelos cantos desse apartamento gigante, grito com a mocinha da novela por ela ser burra e não saber agir. Vou na cozinha e vejo uma louça suja e olho para os lados para ver se, milagrosamente, aparece algum fantasma vestido de secretária do lar e lave a louça para mim, ou limpe o chão da cozinha, ou engome o pijama que já estava seco há semanas. O vazio ali na sala pede por alguns habitantes, algum movimento além do meu, alguma coisa nova. As paredes não suportam mais a minha voz, a mesa quer ser arrumada. Minha xícara favorita, que diz "ninguém é perfeito", está pedindo que eu a tire do abandono, faça dela algo útil de novo. A cama de solteiro se tornou espaçosa para mim, tem gavetas sobrando em um dos guarda-roupas. O quarto ao lado está fechado desde que me mudei. O que eu tô querendo dizer é que sobra espaço, entende? Sobra espaço na rede, no chão, no banheiro, no quarto, na geladeira, no varal. E em mim. Meu coração tá procurando companhia, sorriso, beleza. Minha cabeça tá procurando sonhos, olhares, emoções. Meu corpo procura algo pelo que tremer, além do frio. Alguma coisa que preencha todo o espaço dentro e ao redor de mim, sabe? Esse tipo de coisa que a gente não quer largar nunca mais. Esse tipo de coisa que deixa a gente feliz feito bobo. 

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