9 de setembro de 2012

Eu tive um sonho.

Hoje eu acordei pensando em como minha vida seria se eu conseguisse decidir alguma coisa por mim mesma, por menor que fosse. Arriscar em cozinhar algo diferente, pegar um ônibus aleatório e me aventurar por ai, ou até me declarar para alguém. Qualquer coisa que surpreendesse. Qualquer coisa que fizesse minha mente viajar para um lugar diferente, um mundo oposto a esse meu. Acordar cedo, tomar um  banho gelado, preparar meu café-da-manhã, esperar a carona. Todos os dias comuns. Sol, calor, suor, pessoas que passam e não se olham, pessoas que passam e se olham e se esquecem. No condomínio, aquele "bom dia" do vizinho, sem sentido, sem vontade. Essa semana, ao voltar para casa, uma mulher me ignorou no ônibus. "Oi! A senhora vai sentar nessa cadeira?" Com uma cara feia, ela responde que havia acabado de levantar. "Er, obrigado." Sorrio torto, para mostrar alguma simpatia e boa educação. Falta inspiração no mundo. "Logo você falando isso?", alguém diria. Eu tenho certa dificuldade em sorrir para desconhecidos, desde sempre. Mas quando se mora longe de casa, quando é necessário pedir uma informação boba, é bonito colocar um sorriso no rosto. E receber outro sorriso em troca. Isso sim inspira a alma. Isso sim faz a gente ter vontade de acordar todos os dias, com preguiça, mas com coragem. Coragem de sorrir mais, de escrever, de cantarolar desafinado, de dar um "bom dia" querendo realmente um bom dia.

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