25 de setembro de 2012

"Mais pesado que o céu".



Eu tinha 13 anos. Não sei se estava na adolescência ou ainda era apenas uma criança. Usava umas roupas rasgadas, all star velho, e sentava na calçada do colégio com os amigos, debaixo daquele sol de meio-dia, fugindo da hora de ir para casa. Eu tinha o cabelo preto, curto, caído no rosto: quase um menino. Era tão bom. Conversar sobre coisas banais, planejar um futuro bonito, todo mundo junto. A banda dos amigos, típica época de colégio. Feliz. O mundo era pequeno e a gente era grande. Nenhum dia jogado fora, nenhum fim de semana desperdiçado em casa de frente para a tv. Era música, literatura e sorrisos. 13 anos e ficando de castigo porque minha mãe não queria que eu namorasse, porque eu ficava de recuperação em matemática e física, porque eu fugia do reforço escolar pra comer bolo na padaria. "Cada um segue o seu caminho", uma amiga disse, e a gente ria. Uma hora ia acabar, mas, para a gente, naquele tempo, nada ia mudar o nosso mundo. Sei lá se as pessoas se afastam porque querem ou porque o mundo começa a girar rápido demais. Sei lá se é destino ou Deus ou a triste realidade da vida. Essas coisas eu prefiro não saber. Prefiro ficar aqui, deitada, olhando a biografia do Kurt Cobain que me custou uma boa quantidade de lágrimas. Prefiro ficar lembrando desse tempo como o melhor, como o mais alegre, que talvez nunca se apague da memória de ninguém.

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